O que há de mais interessante em filmes de gângsters é sempre o fato de que eles atraem completamente a atenção do espectador com o carisma e o indispensável ar de superioridade e poder que os personagens da máfia transmitem. É difícil alguém conseguir parar de assistir filmes desse tipo, principalmente em se tratando de uma história real, como acontece neste ‘Donnie Brasco’.
A ideia talvez já tenha sido mais do que vista em outras fitas, mas a forma peculiar de como foi feita e ainda contando com a excelente atuação de pelo menos três dos atores principais, transformaram o filme em um dos melhores do gênero e de sua época.
John Pistone (Johnny Deep) é um agente do FBI que com um novo nome: Donnie Brasco. Ele vai se infiltrar na mafia de Nova York para reunir provas que incriminem os chefões. E como não poderia ser, Brasco acaba se envolvendo demais com os novos companheiros, entre eles Sonny (Michel Madsen) e Left (Al Pacino), e passa a ser amigo deles, dividido entre o novo trabalho, o dever como policial e ainda o lado familiar, já que viverá sérios problemas com sua mulher e também será um pai ausente, mas Donnie vai levando.
Todos os aspectos deste mundo sem igual foram recriados muito bem. Não faltaram mulheres bonitas para todos os lados, jogos e é claro muito dinheiro, armas e mortes. Claro que o filme tem um propósito básico que é apenas mostrar as coisas em função de Donnie Brasco, então não se pode esperar muitos detalhes em outras áreas, para isso seria preciso mais tempo de filme como por exemplo ‘Casino’ e ‘Era uma vez na América’, ambos com Robert De Niro, que são também outras duas excelentes fitas da máfia.
O ator Al Pacino consegue mais uma excelente atuação, principalmente por sua aparência. Aqui ele faz um papel que poderia até ser considerado de menos importância, ou seja, ele não é o grande chefão, aparece sempre em segundo plano, mas isso não o torna menos importante para a trama, ao contrário, chama mais a atenção. Sem falar nas suas roupas e tudo mais, basta comparar com um filme que ele fez no mesmo ano de 1997: ‘O Advogado do Diabo’.
A quem critique demais Johnny Deep, talvez por tantas aparições bizarras como no encantador ‘Edward, mãos de tesouras’ ou no excêntrico e posterior ‘A Lenda do Cavaleiro sem cabeça’. Um pouco demais para quem tem um currículo invejável que começou em 1984 com ‘A Hora do pesadelo’. Sua atuação em ‘Donnie Brasco’ reforça ainda mais suas qualidades, talvez até por ter interpretado uma pessoa considerada ‘normal’. Até a transformação para gângster não pode ser considerada difícil pois basta uma roupinha mais descolada e um gelzinho no cabelo que tá bom.
O filme tem ainda a presença de outro bom ator, Michel Madsen, fazendo o papel do chefão. Madsen recebe um nome já bem popular para um mafioso (Sonny, veja ‘Desafio no Bronx’), e não desanima em sua interpretação tão boa quanto em outras aparições como em ‘A Fuga’ que fez ao lado de Alec Baldwim e Kim Beisinger. Sem dúvida é um dos melhores atores coadjuvantes ao lado de Tom Sizemore.
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