"Os Aventureiros do bairro proibido", como o próprio nome diz é uma aventura. Aliás uma das mais bem elaboradas e originais dos anos 80, época mais quente e perfeita que o cinema já teve. Com filmes despreocupados mas cheios de encanto. O bairro em questão é Chinatown, em Nova York, designado no título original como a pequena china, que guarda em seus mais profundos segredos muita magia e bruxaria.
Jack Barton (Kurt Russel) é uma caminhoneiro despretensioso que vive a deriva nas estradas dos EUA. Em uma de suas paradas faz apostas com um amigo chinês Wang (Dennis Dun) que dizendo poder cortar uma garrafa ao meio, perde para Jack, e este o acompanhará onde quer que ele vá afim de pegar sua grana a seguir viagem (não imaginando as encrencas que iria se meter). Wang tem de ir ao aeroporto pegar sua namorada, e Jack vai junto e acaba conhecendo Gracie. A namorada de Wang acaba sequestrada, Jack irá atrás dela com Wang e terá seu caminhão roubado.
Por traz da história cheia de magia negra e lendas chinesas está Lopan, uma espécie de mago de dois mil anos que teve sua alma presa para sempre em um velho aleijado. Ele terá de se casar com uma mulher de olhos verdes para agradar um grande Deus e toda essas histórias de sempre para ter sua alma libertada e tudo mais. Além da namorada de Wang, Gracie também tem olhos verdes, e como cria um clima amoroso com Jack a todo instante, já da para imaginar o que vem por aí.
As cenas são colocadas de uma maneira soberba, o filme não para em nenhum instante, segue sempre contagiante e admirável a toda hora, principalmente Russel e todos os personagens constroem frases interessantíssimas e tocam o filme com falas rápidas em ritmo frenético. Você nunca perde a atenção e torce pelos personagens principais em todos os momento. As lutas são excelentes e sem exageros, os efeitos especiais estão em um nível avassalador, com criaturas mais bizarras possíveis, e falando nisso, notem nos chineses de chapeis de palha gigantes que sempre chegam voando em cena, não há como não ver a semelhança intensa com personagens do jogo de video game “Mortal Kombat”, sensacional.
Kurt Russel continua cativante, e provou que seu tom hilário e tiradas engraçadas o faz um dos melhores atores de ação-comédia de todos os tempos. Assim como em ‘Tango e Cash’ ele sempre solta uma piadinha nos momentos críticos, consegue carregar o filme nas costas sozinho e se identifica com todos os outros atores.
Sem dúvida mais uma produção que deu certo para o diretor John Carpenter. O finalzinho do filme pode deixar alguns com um pouco de desapontamento com o que Jack fará, e ainda a última cena quando ele já vai indo embora com o caminhão foi meio exagerada, é que depois surge uma oportunidade de fazer uma continuação e aí não teve uma deixa, vai ver que foi isso.
Este filme é para ser visto e revisto várias e várias vezes, é um verdadeiro clássico do cinema que seguiu o primores aventureiros de Indiana Jones. Da para comparar também com ‘O rapto do menino dourado’, como Eddie Murphy, filmes que deixam de lado os grandes investimentos e a auto-obrigação de assistir que a publicidade costuma fazer como em ‘Harry Potter’ e ‘O Senhor do anéis’, e conseguem tornar o simples e barato em algo realmente bom e encantador, que fica para sempre na memória.
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