terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Quase Famosos (2000)

Certamente a maioria das pessoas que não gostam nem um pouquinho se quer de Rock não vai gostar do filme "Quase famosos". Ainda assim acredito que um mínimo, ou melhor, uma alma perdida que não goste de Rock e acabe vendo o filme. Essa pessoa passará a gostar, porque talvez nunca se viu antes um relato tão intenso, genial e fabuloso sobre os bastidores e o mundo Rock and Roll dos anos 70. Talvez até pelo diretor ter vivido mesmo grande parte da história na vida real e pelos atores terem se dedicado tanto a seus personagens. É sem dúvida mesmo o retrato mais real daquela época, basta perguntar a qualquer roqueiro que tenha vivido na pele aqueles inesquecíveis momentos de glórias.

Para começar, o inicio do filme já é diferente, os créditos iniciais aparecem sendo escritos à lápis sobre folhas de papel, sem falar na música que toca ao fundo, aliás uma constante durante todo o filme. Isso tudo dará mais dramaticidade às cenas e as tornará mais reais e até mais tristes, é de arrepiar. Não menos interessante também será ver a mesma mão e o mesmo lápis rabiscando nomes de bandas em toda e qualquer superfície, mesmo que não pareça isso é o que um grande fã realmente faz, seja lá do que ele gosta.

O roteiro é extremamente original. William Miller, adiantado na escola e com uma mãe super-protetora que não quer vê-lo seguir o caminho da própria filha, que aos 18 anos sai de casa e deixa para o irmão seus discos de Rock. O garoito passa a ouvi-los da forma com que a irmã sugere e então muda sua vida, resolve escrever sobre a música e aos 15 anos virá jornalista, tendo como mentor Laster Bangs, critico musical de sua cidade.

Miller acaba barrado nos bastidores de um show quando tentava entrevistar o Black Sabbath. Neste momento conhece Panny Lane, uma grouppie não assumida. Mais tarde terá sua grande chance quando a banda que faria a abertura do show chega de ônibus, intitulada como “StillWater” verá em Miller não só um jornalista, mas um fã também e permitirá que o mesmo entre com eles. Não demora muito e ele se enturma, é convidado a viajar com a banda e ainda recebe um convite da Revista Rolling Stones para escrever uma história para eles e que não sabe sua idade.

A partir daí tudo que você sempre quis saber dos bastidores do Rock and Roll será “revelado”. A história vai contar com muitas cenas tristes e muitas situações muito reais que realmente aconteceram na vida de quem viveu essa época. Mas também terá muitos momentos engraçados e ainda cenas que vão mexer com sua cabeça. Não tem como não viajar neste filme e uma das melhores partes é sem dúvida a de quando o avião da banda sofre uma turbulência, todos começam a se confessar como se fossem morrer, uma maneira simples de mostrar como todos tem seus segredos e medo de se abrirem.

Durante todo o filme haverá uma tentativa de Miller entrevistar Russel, o guitarrista da banda, e isso renderá sempre uma continuidade pois ele nunca consegue fazer a entrevista e estará sempre perto do ídolo, tendo sempre que seguir viajem. Vendo tudo o que ele faz e sabendo tudo sobre sua vida, o que “dispensa” qualquer entrevista, o final do filme também é um dos melhores momentos, uma enganada sensacional e um final do nada, tipo que parece que o diretor quis fazer com que o telespectador viajasse no fim, aí o filme acaba de repente, assim no ar, fica tudo preto, demais!!!!!!!!!

Aquela velha premissa de “Sexo, drogas e Rock and Roll” certamente não será descartada aqui também. Apesar de não sofrer tanta evidência como em outros filmes deste mesmo gênero, a maior parte deste tema será vista constantemente na preocupação da mãe de William, interpretada por Frances McDormand, que não para de ligar e perguntar onde seus filho está a todo momento e não deixa de falar sempre “Não use drogas”. Ela o ama tanto que acaba sendo triste vê-la sozinha na formatura ou quando nem consegue dar sua aula na escola, mas o melhor está guardado para o final.

O resto do elenco também surpreende demais a todos. Billy Crudup e Jason Lee traduzem fielmente como é o conflito entre os membros de uma banda e caracterizam ao extremo seus personagens de forma tão brilhante que até parecem terem sidos importados diretamente dos anos 70. E Kate Hudson então nem se fala, a garota é sem dúvida a que mais chama a atenção na fita, hora mulher cheia de sonhos e com a liberdade em alta, hora meiga e sedutora e hora louca e depressiva com um toque de “Christiannne F” que tornou completa uma fã incondicional do puro Rock.

Quem ama bandas como Blak Sabbath ou The Who, quem adora Led Zeppelin, David Bowie, Bob Dylan e Simon & Garfunkel, não pode deixar de ver um retrato de sua própria vida neste filme. E mesmo os que não gostem ou gostam só um pouco, também devem ver, deve abrir seu coração e sua mente para um mundo tão obscuro e escondido, um mundo tão verdadeiro que é até impossível de acreditar que existe ou que existiu um dia. É o amor pela boa música, é o amor à vida, “Está acontecendo!!!!!!”

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