terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O Resgate do Soldado Ryan (1998)

Assim como a maioria dos filmes de guerra norte-americanos, "O Resgate do Soldado Ryan" tem como tema principal mostrar o orgulho que este país tem com o seu povo e forma como lutam para vencer sempre. Quem não gosta dos EUA, ou quem não gosta de filmes de guerra certamente não vai gostar deste filme, que sem dúvida após os primeiros momentos cai realmente nos clichês básicos e no mesmo ideal de todos do seu gênero.

A seqüência inicial, notável e comentada ao extremo por qualquer um que assiste, é realmente uma das melhores desse tema de todos os tempos. Primeiro pela maneira como é exposta, ou seja, o nome do filme aparece uma parte do futuro que só será compreendida no final e começa essa cena que durará cerca de 22 min. Você não vê nomes de atores e outros créditos quaisquer, a apresentação de alguns personagens se dará de forma um tanto informal. Alguns poderão ser facilmente identificados como o capitão John Miller (Tom Hanks) e o sargento Michael Horvath (Tom Sizemore), mas outros como Reiben (Edward Burns) e Jackson (Berry Pepper) somente depois. O médico também aparece aqui, é Wade (Giovanni Ribisi), mas o que mais se verá é soldado morrendo, membros voando e muito sangue.

Depois disso tudo é que começa realmente a história principal. Três de um grupo de quatro irmãos morreram em combate, o quarto é James Francis Ryan (Matt Damon) que se suspeita de estar vivo. Os superiores do exército então resolvem que a mãe não deve sofrer mais e estabelecem que Ryan deva voltar para casa. ‘Obviamente’ será designado para a missão o capitão Miller e seu grupo, que deverão desbravar o campo inimigo em busca do soldado Ryan. O que mais da raiva nesse momento não só nos personagens como em boa parte do público é o fato que muitos morreram para salvar a vida de apenas um, o chamado fúba, tão falado pelos próprios personagens no filme.

Daí pra frente haverá muitas cenas de batalha, muita coisa legal sobre o exército e sua maneira de se comunicar uns com os outros, e até uma aposta entre os soldados para saber o passado do capitão. Nada que desanime quem assista até pelo menos o memento em que Ryan é achado, aí a fita dá uma certa parada, eles ficam ouvindo música, falando sobre mulheres e de como seria bom estar em casa. Uma lentidão até a batalha final que também é muito boa apesar de não chegar perto da primeira. O final chega a ser impressionante e até emocionante.

Sem dúvida a atuação de Hanks é diferente da maioria de seus filmes, com exceção de alguns momentos de humor negro, ele não é o cara engraçado de sempre. Com um olhar de sofrimento e uma tremedeira na mão ele tenta traduzir ao máximo como é ser um soldado em plena guerra. Fica até difícil imaginar que no mesmo ano de 1998 interpretou um empresário bem sucedido de Nova York em "Mensagem para você". É esta habilidade de alterar personalidades de personagens que fazem dele um grande ator. Com o sucesso aqui Hanks voltaria à guerra na minissérie ‘Band of Brothers’, sucesso da HBO, também dirigida pelo mestre Steven Spilberg.

Além de Hanks, outros atores famosos também aparecem aqui. Tom Sizemore como o segundo ator principal, talvez o filme de maior prestigio que já tenha feito na carreira por estar sempre em segundo plano ou fazendo pontas pequenas. A boa atuação nos campos de batalha também lhe renderiam mais papeis em filmes de guerra como ‘Pearl Harbor’ e ‘Falcão Negro em Perigo’. O filme conta também com Matt Damon, que aprece apenas na hora final e não apresenta uma atuação digna de seu talento, e ainda Edward Burns (que aparece muito bem e viria a ter seu papel mais expressivo no explosivo ‘15 minutos’) e também Giovanni Ribisi (de ‘60 segundo’ e que também aparece muito bem no seriado ‘friends’).

O total de 2 horas e 50 min de duração foram um pouco exagerados para mostrar tudo que Spilberg queria, dado os momentos monótonos da fita. Mas para quem realmente gosta do tema não da para deixar de ver, mesmo porque agradou muito ao pessoal da academia que o premiou com cinco Oscar, incluindo fotografia (excelente pelo enquadramento e os contraluzes, apesar de poucos) e melhor diretor, para Steven Spilberg que continua criticado por muitos. Um exagero muitas vezes, o que acontece realmente é que ele mudou o estilo, na minha opinião ele só não coloca mais aquele antiga magia em seus novos filmes, os antigos eram encantadores, cheios de beleza e charme, agora parece que é mais dinheiro investido e um pouco menos de criatividade e cativância, mas mesmo assim seus filmes continuam muito bons.

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