terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Prova de Vida (2000)

Olhando pelo lado ruim da coisa, como as guerras e ameaçam o planeta, as guerrilhas urbanas, a facções de exércitos sem leis, principalmente nos países sul-americanos tendo como grande pivô o tráfico de drogas e tudo mais, então podemos considerar que "Prova de Vida" é um filme ousado, com um tema forte e grande coragem para mostrar a realidade. Mas infelizmente o filme não foi tão a fundo nesse assunto tão polêmico e perdeu sua força. Pudera, o ator Russel Crowe (como se fosse o culpado pela existência do filme) recebeu até ameaças de morte, imaginem só se o tema fosse mais explorado..........

Um engenheiro norte-americano, Peter Bowman (David Morse) vai até um país fictício da América do Sul, Tecala, para construir uma represa. Ele acaba sendo sequestrado pelo grupo guerrilheiro ELT, deixando sozinha a esposa Alice (Meg Ryan) que depois terá a companhia da irmã de Peter. Logo elas contratam o negociador Terry Thorne (Russel Crowe), que pela trama toda do filme acaba deixando o caso, mas voltará depois.

Talvez para evitar maiores problemas, o diretor não mostra muito as cenas de Peter em seu cativeiro. Aliás as que mostram são muito bem feitas e interessantes, mas de uma certa maneira incompletas. Parece até editado apesar do filme ter mais de duas horas. A maior ênfase (talvez para evitar a polêmica) fica na negociação, como se o sequestro fosse o principal objetivo e a principal renda desses guerrilheiros. Nisso então acontece o grande erro do filme, pois já que Peter e Alice não estavam tendo um bom relacionamento em seu casamento, e Terry volta para a ajudar Alice por razões pessoais, fica claro que há uma forte tendência amorosa entre Alice e Terry, que vai se intensificando a cada momento mas não chega a nenhum lugar para a decepção de muitos, já que os dois atores tiveram uma química muito forte.

O filme infelizmente conta com apenas duas cenas de forte tensão e entusiasmo. Uma é quando Terry retorna para ajudar Alice e pega ela negociando com os guerrilheiros através de um negociador local e no final da fita, que é ação pura. Da para sentir um pouco mais da fita quando Peter vai ser transferido e entra em conflito com um dos guerrilheiros e também nas sua empreitadas com um novo amigo que também foi sequestrado. Fora essas cenas o resto é muito cansativo e dotado de muita empatia.

David Morse continua com suas atuações básicas como já havia feito em ‘Os 12 macacos’ e em ‘Á espera de um milagre’ ou seja, nada que outro ator não pudesse fazer. E a doce e amada Meg Ryan decepcionou muito, provou mais do que nunca que nasceu para fazer comédia romântica. Apesar de haver um clima amoroso aqui ela não alcança as grandes atuações que teve ‘Mensagem para você’ e ‘Cidade dos Anjos’, e Russel Crowe também não justificou o prêmio de melhor ator por ‘Gladiador’, filme do mesmo ano.

O filme não é descartável de maneira alguma, as filmagens foram feitas no Equador e apesar de não existir a cidade Tecala, fica claro e óbvio que se trata de uma cidade da Colômbia e que a ELT não é nada mais nada menos que as Farcs. Sem dúvida muita ousadia do diretor Taylor Hackford, que poderia ir mais longe, e as consequências também. O pós final também é interessante, mostra cenas aéreas da cidade onde o filme foi rodado, e os créditos aparecem e somem, ao invés de irem passando de baixo para cima como é feito tradicionalmente.

Vale lembrar também que Meg Ryan acabou se envolvendo com Russel Crowe fora das telas após o término das gravações, isso acabou com seu casamento com Dennis Quaid, que durava desde 1991 e com quem teve um filho.

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