quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Profissão de Risco (2001)

São muitos os filmes que tratam de uma história real, na maioria falam de mafiosos, e assassinos, a vida de uma pessoa famosa e até de quem teve dificuldades na juventude e etc. No caso de "Profissão de Risco" vemos a vida de traficante de drogas norte-americano, George Jung, primeiro a levar a cocaína para dentro dos EUA, retratada de forma fiel e desde sua infância até os dias de hoje, aliás o cara ainda está vivo, dado que torna o filme ainda mais interessante.

George é vivido pelo ator Johnny Deep, ele se envolveu com o tráfico por acaso após uma infância difícil em que teve de aturar as costantes brigas dos seus próprios pais. Resolveu então ir para a Califórnia onde começou a vender maconha, a sua ambição o fez ir mais longe e juntamente com a namorada Bárbara e o amigo Tuna, começaram a faturar alto, trazendo a droga do México.

Após algumas reviravoltas, primeiro momento interessante da fita, ele acaba indo para a cadeia onde conhece Diego. Passará então a evoluir nos negócios e irá traficar cocaína direto da Colômbia, trazendo a compreensão para o inicio do filme que é uma cena lá do final. É preciso paciência para vê-la de novo e completa. Ganhando tanto dinheiro que nem terá onde guardar, George acabará conhecendo nesse meio tempo Martha (Penélope Cruz) com quem se casará e terá uma filha.

Com muito mais reviravoltas interessantes, Geroge vai acabar saindo dos negócios, ficará viciado e o nascimento de sua filha irá salvar sua vida. Nesse momento o filme toma um outro rumo e passa e ser um filme de drama familiar, relembrando até em alguns momentos cenas do inicio, quando falava da infância de George, ou seja, a história se repete. Nesta tomada rumo ao fim da história não faltaram emoções e cenas realmente tristes, mas é como se o inicio do filme fosse sendo apagado e esquecido, aliás os atores vão saindo de cena e poucos voltam, até o fim que é bem forte e emotivo, mas não tão interessante quanto poderia ser.

A primeira parte do filme é muito mais interessante do que a metade final, mostra de forma nada tímida como funciona o mundo das drogas, desde a maconha, que sem dúvida circula mais fácil por aí até a cocaína, que como o filme diz todo mundo estava usando no final da década de 70 e inicio da década de 80 nos EUA. Temos ainda uma aparição do traficante mais famoso da Colômbia, Pablo Escobar, uma sacada muito boa e que não tem medo de ser feliz. Em outros tempos talvez ele fosse designado com outro nome, ou só apareceriam os pés ou sei lá, mas aqui não, aqui ele é interpretado e tem longas e boas falas, mas infelizmente como possa parecer, o filme não é basicamente sobre o tráfico, e sim sobre a vida de George, então o tempo deve continuar passando e a vida que segue.

A participação de Deep é espetacular, em uma cena do inicio ele até lembra com uma expressão, o seu personagem de ‘Edward, mãos de tesoura’ mas depois ele ganha vida própria e sua linha de atuação é completamente diferente de outros personagens que já tenha feito antes. Ele consegue dar vida a George e conduzi-lo com muito êxito. No inicio o vemos com o cabelo um pouco mais curto, mas depois ele o mantém comprido até o final, mesmo velho e até barrigudo ele continua com o cabelão horrível, aí após o final vemos uma foto do verdadeiro George, e ele tem o cabelo comprido mesmo, então tudo bem, aliás o cara vai ficar preso até o ano de 2015, quem quiser conhecê-lo pessoalmente pode ir.

Penelope Cruz não tem uma boa atuação. Como uma mulher revoltada depois que vê se marido afundar ela está péssima, isso porque não da vida à personagem, que é muito limitada. Nas entrevistas elogiou muito Deep, e houve reciprocidade, resta agora descobrir se ele gostou mais de atuar com ele ou com Cruise em ‘Vanila Sky’, onde foi acusada de ser o pivô da separação do galã com Nicole Kidman. Amores aparte a moça vai tentando ganhar seu espaço no cinema, mas assim será difícil chegar perto de Jenifer Lopez e Salma Hayek.

Também é ótima a participação de Ray Lliotta, como em todo filme que co-atua. Só que aqui foi um pouco exagero fazê-lo de pai de Johnny Deep, a solução foi apelar para a maquiagem, que é boa, mas não engana ninguém. A boa relação que sempre manteve com o filho é algo para trazer muitas emoções nas cenas que falam sobre os dois, principalmente quando George grava uma fita para o pai.

Outra grande presença é da alemã Franca Potente (de Corra lola, corra) ela faz a primeira namorada de George e traz cenas muito melhores ao lado dele. Mostra na minha opinião muito mais química, parece que houve mais amor entre estes dois personagens, com Cruz foi mais forçado.

Um ótimo filme que deve ser visto muitas vezes, entretanto devo lembrar mais uma vez que é sobre a vida de George, e não sobre o tráfico de drogas, para que não haja decepções com a segunda metade.

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