quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Planeta Vermelho (2000)

planeta vermelho
Quando um filme conta com três ingredientes que são: ficção, futuro e viagem ao espaço, eu não perco de jeito nenhum. E ‘Planeta Vermelho’ conta com esses três e mais alguns, infelizmente ele tem uma péssima direção e um roteiro lento e chato além da introdução de muitas coisas irreais e explicações forçadas, elementos básicos para decepcionar a maioria dos que assistem de forma literal. Mas o que todos acabam perdendo é a mensagem que o filme tenta passar, a ideia por traz dos fatos e uma visão do futuro muito interessante além de um retrato de Marte extremamente inimaginável. Se quem ver o filme conseguir enxergar todas essas coisas estará acredito eu absorvendo tudo que talvez o filme estivesse tentando passar.

Em outros filmes nós já vimos e Terra ser dizimada por guerras nucleares, derretimento dos pólos, vírus e muitas outras coisas, desta vez o ar que respiramos está condenado e só perceberam a gravidade do problema em 2025. Então é enviado um grupo de especialista até o planeta Marte (é o mais próximo da Terra) para ser colonizado e ainda cultivarem algas que produziram o oxigênio. Eles acabam perdendo contato e em 2057 a nave Marte 1 é enviada da base de Houston para localizar o HAB 1 e saber o que houve, dentre os tripulantes estão a comandante Kate Bowman (Carrie-Anne Moss), o engenheiro Robby Gallangher (Val Kilmer), além de Quinn Burchenal (Tom Sizemore), Ted Santen (Benjamin Bratt), Chip Pettengill (Simon Baker) e o experiente Bud Chantillas (Terence Stamp), quem não lembra de ‘Alien’ nessas horas?

No inicio nós temos a parte mais lenta do filme que conta com muitos diálogos (lembra muito ‘A Esfera’), até uma explosão solar que pões a nave em risco. Mesmo com problemas, os cinco homens partem para Marte e a comandante fica para tentar salvá-la, a cena em que eles ‘caem’ no planeta é uma das melhores, com a micro-nave envolvida por grandes bolas de ar e rolando sem parar pela superfície do planeta vermelho, daí pra frente as coisas vão acontecendo sempre aos poucos, os personagens passarão a morrer um a um também e eles ainda terão como inimigo um robô chamado AMME levado por eles mesmos ao planeta. Esse foi um dos grandes fatores que deixou o público chateado, o outro foi ser possível respirar no planeta, o que conta com um explicação mais tarde que temos que fazer força para aceitar, mas que é cabível. Temos também a explicação para a destruição de HAB também e uma traição dentro do grupo, mais para o final ainda um romance, todos esses aspectos são os mais irrelevantes, são os clichês que a maioria das pessoas acabam percebendo e baseando o filme, por isso ele fica com uma cara de ruim, por ser chato, repetitivo e pouco inovador nesses termos.

Por outro lado nós temos outros aspectos que estão por traz da maneira literal de se ver o filme, aos poucos Marte vai sendo tratado como um planeta traiçoeiro, é passada uma imagem de planeta maldito, isso pode ser notado pela forma com que Gallangher se refere a ele no final. Ainda temos uma questão muito interessante nas entrelinhas que é o confronto entre religião e ciência, enquanto o personagem de Stamp fala muito de fé o de Sizemore se baseia em explicações científicas o tempo todo e não aceita nada até conseguir uma base material para se apoiar, realmente cria-se uma polêmica muito interessante, a ideia de que Marte é um planeta agora condenado também foi muito ousada já que existe uma vontade muito grande de se conquistá-lo, o filme conseguiu acredito eu deixar um ponto de interrogação, será que vale mesmo a pena colonizá-lo?

O que eles farão agora também ficou no ar de maneira muito legal com Bowman dizendo - “Que bom que ainda temos 6 meses para chegar à Terra.” O fato do filme contar com um grande elenco é outro atrativo, muitos acreditam que os atores foram mal dirigidos mas no fundo eu acredito que tiveram atuações normais e visto o filme da maneira correta eles estão bem em seus papéis. Val Kilmer ficou com o papel principal o que tornou seus atos mais do que esperados, seu melhor momento é quando vai jogar o rádio imitando um jogador de Basebol e recebe uma mensagem, o que ficou ruim é que ele não possuí a menor química com Carrie-Anne Moss que dentro da nave ficou muito restrita, a melhor parte dela é no final quando veste a roupa de astronauta. Tom Sizemore é o que aparece melhor sempre fazendo piadas e tiradas engraçadas, são seus melhores momentos, já Benjamim Bratt está péssimo, muito mal caracterizado como astronauta e é descartado muito rápido, ainda bem!

É para quem gosta muito de ficção, futuro e viagem ao espaço, acredito que esteja um pouco acima de ‘Missão Marte’ e vale dizer que não tem nada a ver com o ‘Vingador do futuro’ pois a proposta é outra, mesmo porque aquele filme se passa em um tempo mais a frente é um tipo de filme mais aventura que não da brechas para ficar pensando, muito ao contrário deste que se visto da maneira correta, ou seja, vê-lo por dentro, captar as mensagens que ele tenta passar, vai surpreender e indagá-lo muito mais.

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