terça-feira, 2 de outubro de 2018

Deixe-me Entrar (2010)

deixe me entrar vale apenas ver
Muitas pessoas coletam algumas informações sobre o filme "Deixe-me Entrar" (2010), seja vendo o trailer ou lendo sinopses, e então resolvem que vão assistir. A maioria dessas pessoas, talvez porque fosse mesmo a intenção de quem fez o trailer ou escrever a sinopse, se apega ao drama que é mostrado nas cenas e se interessa em ver esse filme. A história trata um pouco do chamado bullying que ocorre com um garoto em uma escola, e que ele vai fazer uma amizade com um nova vizinha (menino e menina com cerca de 12 anos de idade), mas não apenas isso que acontece, e é nesse momento que vira uma "chavinha" no cérebro de quem está assistindo e pode ser crucial na sua decisão de continuar ou não vendo.

Se você chegou até aqui para se decidir em ver ou não, deve saber que além de drama, o filme também tem um conteúdo de fantasia, ou sobrenatural para ser mais claro e direto, e um pouco de terror, ou horror. É uma história sombria, por vezes surpreendente, e não tem muitas ligações com a realidade (exceto apenas pela questão do bullying que é crucial para o desfecho da hitória). Assim sendo, esqueça um pouco o lado dramático e procure ver se você é fã de filmes um pouco mais fantasiosos. Como dica eu coloco aqui dois filmes que talvez tem um pouco a ver com esse que são: "Constantine", pelo lado fora da realidade e "Entrevista com o vampiro", que possui uma ligação forte facilmente notada por quem ver ambos.

Para evitar spoilers, não podemos falar muito sobre a história pois estragaria algumas boas surpresas. O início do filme é inclusive bem confuso. Um homem pegou fogo e foi levado às pressas para o hospital, onde já tem até um detetive investigando o caso; Ele está ao telefone quando algo horrível acontece. Logo em seguida o filme pula para duas semanas antes. O interessante aqui é que, se tratando de um tema sobrenatural, facilmente podemos nos lembrar de alguns episódios do seriado "Sobrenatural", onde uma cena inicial ocorre e em seguida o tempo pula para uma período anterior de alguns dias ou semanas.

Essa estratégia foi muito bem feita em "Deixe-me Entrar" (2010), pois quando essas duas semanas se passam, mais ou menos na metade do filme, poderemos ver novamente aquela cena inicial, porém desta vez com todos os detalhes e personagens que foram omitidos para que não se estragasse qualquer surpresa. Assim podemos entender melhor tudo que ocorreu e assimilar mais o enredo da história toda que vai se mostrando cada vez mais claro, explicando mortes, necessidades e outros detalhes que você talvez não tenha nem percebido e nem estava pensando sobre.

Acredito que o diretor Matt Reeves acertou na forma como conduz o filme, ou seja, cheio de mistérios e segredos. Isso porque ele vai trazendo cada explicação aos poucos e dando mais compreensão para tudo que ficava em aberto. O final é meio óbvio e talvez bobo, mas essencial pelo que a história toda mostrava, que foi a amizade entre o menino e menina estava acima de tudo e não poderia simplesmente ser desfeita sem ter pelo menos um ato maior sobre a demonstração dela. O filme tem quase duas horas, é um pouco longo, mas ainda assim acho que faltou um pouco mais sobre as origens da menina, os porquês delas ser como é e tudo mais.

Kodi Smit-McPhee trabalhou muito bem na pele do garoto perturbado que mora com a mãe solteira religiosa e que tenta manter um relacionamento com o pai distante, além de sofrer muito na escola com os valentões. Ele já vinha de uma carreira sólida, mas não aparece em grandes produções. Voltou a trabalhar com o diretor Reeves em "Planeta dos Macacos: O Confronto" (2014). Neste filme temos também a presença de Dylan Minnette ainda bem novo. Ele é ator principal da série da Netflix "13 Reasons Why" (2017-). Aqui aparece totalmente diferente, sendo vilão. O ator não surgiu do nada, já apareceu em outras séries quando criança como "Prision Break" e "Sobrenatural".

Todos trabalham muito bem, mas o grande destaque sem dúvida alguma vai para a talentosíssima Chloë Grace Moretz. A jovem atriz nascida em 1997 vem surpreendendo com grandes atuações desde muito cedo. Em 2006 fez "Vovó... Zona 2" com apenas nove anos de idade. Continuou com diversas participações e atuações até que quatro anos mais tarde explodiu para o mundo ao estrelar "Kick-Ass: Quebrando Tudo " (2010). No mesmo ano além de "Deixe-me Entrar" esteve em mais quatro produções. Sua participação aqui é fantástica.

É um filme para poucos, pelo tema sombrio, pelo horror, pela forma como é conduzido para não revelar tudo de uma vez e pela leve "enganação" que o trailer e a sinopse podem oferecer. Mas mesmo assim é um filme que vale muito à penas ser visto, seja pelo lado dramático embutido no lado sobrenatural e fantasioso, ou seja simplesmente pela carreira de Chloë Grace Moretz, não importa, o que importa é que no final constatamos que em alguns casos pode haver a bondade no meio da maldade.

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