Um filme com muito suspense, tensão, ação e uma ótima trama. ‘Insônia’ possui todos os atrativos que um bom filme policial precisa e ainda conta com um excelente elenco que também chama muito a atenção, tem muitos acontecimentos ousados e diferenciados ao longo da projeção mas sempre seguindo a boa e velha linha básica não partindo para muitas alternativas, apenas houve uma ou outra alteração no desfecho dos fatos.
Will Dormer (Al Pacino) e Hap Eckhart (Martin Donovan), dois policiais de Los Angeles que estão sendo investigados pela corregedoria, são enviados a uma cidade do Alasca para investigar um bárbaro crime de uma adolescente já que a policial local não está acostumada ou preparada para grandes delitos. Se juntarão a eles Ellie Burr (Hilary Swank), jovem investigadora que de cara se mostra fã de Dormer. Logo no inicio eles vão ver o corpo da jovem para achar pistas, essa cena já é de cara uma muito interessante lembrando muito uma cena semelhante de ‘O Silêncio dos Inocentes’.
Mais tarde eles armam uma emboscada numa casa perto do lago, o suspeito percebe e começa a fugir, todos vão atrás em meio a muita névoa, essa é outra cena muito boa e cheia de tensão (usada até no pôster de divulgação), então acontece o inesperado e que da uma reviravolta na trama, Dormer acerta Eckhart, a principio sem querer pois estava muita neblina e ele não podia ver nada, mas tem um lance que ele poderia denunciar Dormer, mas nunca ficamos sabendo se ele queria mesmo ou não matar o parceiro. Dormer então faz parecer que foi o suspeito que atirou conseguindo inclusive pegar a arma dele.
Mesmo levando quase uma hora para aparecer, o assassino é revelado sem muito mistério, é o escritor local Walter Finch (Robin Williams), e como era de se esperar ele viu Dormer atirar no amigo e passará a usar isso como defesa chantageando e ameaçando denunciar o policial. O filme então ganha vida nova e começa a ficar muito mais interessante principalmente nas cenas em que Dormer e Finch aparecerem juntos. Quando um convida o outro para se encontrarem então lembra muito aquele encontro entre Al Pacino e Robert De Niro em ‘Fogo contra Fogo’, mas claro aquele foi muito melhor.
Finch terá muitas alternativas e Dormer como um bom policial não fica atrás, são várias sequências e fatos que acontecem que são muito interessantes, um incluindo o namorado da garota que morreu também é ótimo, a arma do crime será usada diversas vezes e de maneiras muito boas também. No final acabamos fincando com algo meio básico e óbvio, claro envolvendo a policial local Ellie que durante todo o filme já demonstrava que seria a que solucionaria o caso pela sua insistência nas investigações e tudo mais.
O fato da cidade do Alasca não ter noite em determinada época do ano também é outro fator muito interessante que da o nome ao filme pois o personagem de Pacino não consegue dormir com a claridade, os locais onde o filme passa também são muito belos, cenários de montanhas muito bonitos que dão ao filme uma cara muito boa e ajudam muito no desenvolvimento da história. A atuação de Pacino é mais uma vez excelente, dessa vez fazendo um policial menos enérgico e mais cansado, mas rude e firme na hora que precisa, a bela Swank, ganhadora do Oscar, também apareceu bem mas não tanto quanto se esperava.
Já o bom a velho Robin Williams que está tentando largar a estigma de comediante deixou um pouco a desejar, tudo bem que ele fazia o papel de um assassino, psicótico, mas acho que ele ficou com uma cara de louco exagerada. Um outro fator ruim para ele é que demorou muito a aparecer, mas esconder que ele era o assassino também não era a intenção do filme então tudo bem. As cenas do assassinato também não aparecem diretamente, somente alguns flashes de memória, nesse caso acho que faltou ousadia, Williams voltaria a tentar o mesmo tipo de papel e se daria um pouco melhor mais tarde em ‘Retratos de uma Obsessão’.
Um dado curioso sobre o filme é que entre os produtores executivos estão Steven Soderbergh e Geroge Clonney, este último que também tanta começar a carreira de diretor tendo como primeiro trabalho o recente e interessante ‘Confissões de uma mente perigos’. Um bom trhiller policial de suspense com uma boa trama, não ficou ruim e não ficou mal dirigido, só faltou um pouco mais de atitude, um pouco mais de entusiasmo na história, que sim conta com desfechos alternativos mas colocados da mesma maneira de sempre, a insônia poderia ter sido mostrada com mais alucinação, e o lance do policial ser também um assassino também não criou muita polêmica pois foi um problema solucionado da maneira mais simples, mesmo assim é um filme que da para assistir tranquilamente, principalmente para os fãs do gênero e dos atores, assista e perca o sono.
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