Incontestavelmente um filme que marcou época e gerações, algo que jamais se tinha visto antes e que jamais se viu depois. ‘Curtindo a vida Adoidado’ é um clássico do cinema, perfeito e sedutor, quem viu na época e mesmo quem assiste hoje fatalmente se encanta com essa comédia adolescente muito bem produzida de forma competente e com tanta eficiência e simplicidade fenomenais. É um filme maravilhoso da maravilhosa década de 1980.
A história a principio pode até parecer básica e muito normal, mas a maneira como ela é contada que fascina tanto. Ferris Bueller (Matthew Broderick) é um adolescente que não gosta muito de ir á escola e adora matar aula, e é justamente isso que ele fará quando vê um belo dia de sol que está fazendo naquela manhã, mas para faltar à escola mais uma vez ele precisará de uma desculpa para enganar os seus amáveis pais, irá dizer que está doente, e mesmo com a irmã desconfiada por perto ele consegue enganá-los.
Ferris então tira o dia para curtir, ele terá como companhia o melhor amigo, Cameron (Alan Ruck), que mesmo doente de verdade sairá com ele pois sempre é convencido a fazer o que o amigo quer. Eles terão ainda que buscar a namorada de Ferris na escola inventando uma outra mentira, nesse momento entra na história também o diretor do colégio (Jeffrey Jones) mais um que estará o tempo todo tentando pegar Ferris e evitar que ele mate aula.
As sequências de acontecimentos deste filme são realmente fantásticas, tudo acontece em um ritmo sensacional, nós temos inúmeras ocasiões muito interessantes como as em que Ferris está sempre cruzando com seu pai pelas ruas e lugares de Chicago, sendo que ele vê o pai mas o pai nunca o vê, e mesmo quando vê pensa que viu demais pois Ferris sempre da um jeito na situação. Aliás as armações de Ferris são fantásticas, as melhores são as que usa o telefone como a que faz para tirar a namorada da escola e a do restaurante, o esquema que ele monta no seu quarto para fingir que está lá dormindo também é algo fenomenal e tem a de campainha que é outra show.
Além de inúmeras situações engraçadas, o filme conta também com uma cena que chama muito a atenção, ela acontece quando Ferris invade o desfile que passa pela cidade e começa a cantar músicas, inclusive uma dos Beatles, aliás ele faz reverências à banda logo no inicio do filme citando até frases de John Lennon, essa é sem dúvida a cena mais marcante do filme, principalmente porque mostra os diversos tipos de pessoas da cidade, cantando e dançando, não tem quem não lembre desta música depois de ver o filme.
Entre os diversos aspectos interessantes que a fita possui nós podemos ver o nível de amizade que os três possuem, onde se mostram preocupados com o ano seguinte onde irão para escolas diferentes, e querem aproveitar o máximo do tempo juntos. As características de Cameron também chamam a atenção, ele é um cara tímido que tem problemas com os pais, principalmente o pai ao qual ele resolve enfrentar, os pais dele são sempre citados mas também nunca aparecem, a irmã de Ferris também está numa situação terrível, ela acaba sempre levando a culpa e por isso tem tanta raiva do irmão, pois ele se safa de todas que apronta e também fica com muita raiva ao ver toda a popularidade que Ferris tem, quase toda a cidade fica preocupada com ele quando a notícia de que ele está doente se espalha, muito legal.
O filme mesmo sendo comédia traz também alguns momentos de tensão como quando o diretor da escola invade a casa de Ferris e a irmã dele chega, e também muita ação no final que ficou muito bem feito e com algumas reviravoltas muito bem tramadas. Foi legal também as pontas para nossa própria conclusão ou imaginação e não podemos esquecer das trilhas que tocam junto a algumas cenas que são frenéticas, a do final é a melhor de todas e ficou perfeita.
Matthew Broderick detonou em seu primeiro trabalho encabeçando o elenco, ele caiu de cabeça no personagem e teve um atuação digna. Foi um papel marcante na sua carreira, mas ele conseguiu ao longo dos anos se livrar de uma certa forma deste personagem tendo atuações dos mais diversos tipos como dramas e ficções apesar da comédia ser o que mais fez, o grande desafio neste filme que deixou os produtores preocupados é que o personagem de Matthew deveria falar com a câmera, ou seja, com quem está assistindo ao ponto até de aparecer na tela escrito algumas coisas que ele fala, e ele acabou se saindo muito bem para alívio de todos, em alguns momentos ele apenas olha para a câmera, ficou muito bom.
Os outros atores também atuaram muito bem, Alan Ruck foi demais, passou todo o desespero que ele sentiu preocupado com o carro do pai, uma Ferrari, que Ferris pega emprestado, mais tarde ele iria fazer uma serie de bastante sucesso na TV e ainda aparecer em dois filmes de sucesso, ‘Velocidade Máxima’ e ‘Twister’. Jeffrey Jones não poderia estar fazendo melhor papel, caiu direitinho na pele do diretor, hoje em dia o ator vive problemas pessoais com acusações graves de assédio de menores, ele aparece também em outros grandes filmes como ‘Os Fantasmas se divertem’ e ‘Advogado do Diabo.
A belíssima Mia Sara também foi muito bem assim como Jennifer Grey, temos também a agradável participação de Charlie Scheen (ficou alguns dias sem dormir para gravar a cena antológica na delegacia) e também Kristy Swason de ‘Duro Aprendizado’. Quem já viu nunca deixa de ver de novo, quem não viu ainda não sabe o que está perdendo, é um verdadeiro clássico do gênero, da década e porque não de toda a história, é um filme maravilhoso e totalmente agradável de se assistir, esqueça do mundo e todos os problemas e curta esse filme adoidado mesmo porque quem nunca pensou em matar aula um dia, e como o próprio Ferris diz ‘A vida passa muito rápido, você tem de curtir cada momento’.
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