Após 12 anos um dos mais fabulosos filmes de ficção que o cinema já viu ganha uma terceira parte, 'O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das máquinas' acrescenta a está sensacional série o detalhe a mais que faltava não só nessa história como no mundo do cinema em geral, com muita ousadia, originalidade, genialidade e surpreendente ao extremo, se em 1984 tivemos o surgimento de um clássico que vai ficar marcado para sempre e que pode ser a visto em qualquer hora e em qualquer época e em 1992 um filme com mais ação e que revolucionou a cinema em termos de efeitos especiais e visuais, agora em 2003 temos um momento único e um exemplo claro de um filme que não tem medo nenhum de ir além do normal e taxativo deixando de lado tudo que já estamos gastos de ver. Fora a inovação nos desfechos e como determinadas cenas foram feitas e a exclusão de acontecimentos óbvios, nós temos uma história muito semelhante não só ao segundo filme como também ao primeiro, que sem dúvida alguma era o mínimo que poderia se esperar já que se isso fosse mudado seria mudada toda a fonte e ideia básica que se apoia essa fita, ou seja, mais uma vez é mandado um exterminador para matar o líder da resistência humana no futuro e um outro exterminador vem também para protegê-lo, mas o interessante de tudo e prestar atenção nos detalhes desta vez e ver o quanto é diferente das outras vezes num contexto geral.
O primeiro detalhe é que estamos justamente no tal dia do julgamento, tão abordado na segunda parte e que ocorreria em 1997, mas como tudo que ocorreu naquele filme não foi em vão então este tal dia do julgamento foi de certa forma adiado, mas não evitado, o segundo detalhe é que agora é uma exterminadora denominada terminatrix ou T-X (Kristanna Loken) que vem do futuro para matar John Connor (Nick Stahl) que é o líder da resistência contra as máquinas no futuro, logo percebemos o terceiro detalhe diferente que é o fato dela ter além de Connor outros alvos, que seriam os aliados dele após a guerra nuclear, uma delas é a veterinária Kate (Claire Danes) além de muitos outros, quem obviamente vem do futuro também é T-101 (Arnold Schwarzenegger) encarregado de proteger John e Kate e garantir a sobrevivência deles durante os ataques.
Mais uma vez e felizmente temos uma viagem sinistra na trama, com a destruição da Cyberdine Systems então o próprio John assim como sua mãe imaginaram ter evitado a destruição do mundo para sempre, mas ambos sempre viveram com o pé atrás, então veremos que o problema mesmo era a SkyNet, cujo comandante geral é o pai de Kate, outro alvo de T-X, um vírus está tomando conta de todo os sistemas de computador e ao tentarem resolver o problema acabaram gerando o conflito mundial que dará inicio aos ataques exatamente às 18h18min daquele dia, apesar de parecer mais simples o motivo do inicio dos ataques foi pouco convincente se comparado com as explicações mesmo que mais confusas da segunda parte, mas por motivos óbvios não poderia ser a mesma, os detalhes da trama que envolvem o futuro ficaram muito interessantes também, principalmente quando descobrimos quem enviou T-101 e as reviravoltas no roteiro onde não só os personagens como também quem está assistindo é enganado também ficaram muito boas, até o grande final excelente feito de uma maneira muito pouco vista, sem dúvida o que não faltou foi originalidade.
O genial James Cameron que dirigiu as duas primeiras partes decidiu não fazê-lo desta vez ficando apenas ajudando no roteiro, pelo menos isso, a missão ficou então por conta de Jonathan Mostow que não decepcionou, principalmente nas cenas de ação que estão alucinantes, o encontro entre os quatro personagens principais, a cena seguinte de perseguição, a seqüência do cemitério, a chegada deles no prédio da SkyNet e a luta entre T-X e T-101 que sem dúvida deve concorrer a algum prêmio como o MTV movie Awards ao lado da luta entre Wolverine e sua semelhante em X-2 e a de Neo vs. 100 agentes Smiths, foram algumas das melhores cenas de ação de todo o filme, em alguns momentos o filme tenta ser engraçado como naquela do óculos logo no inicio mas esses momentos na minha opinião são os mais desprezíveis, T-101 diz que é de outra linha de produção e não lembra de John mas tudo que ele aprendeu no outro filme fora conservado como pegar as chaves do carro no quebra-sol e não matar nenhum humano, sem dúvida detalhes importantes, a aparição do médico do hospício que cuidava de Sarah Connor também foi um momento muito interessante.
Eu não desprezo a atuação de Nick Stahl, assim como a maioria esperava a volta de Edward Furlong para o papel de John já que este fora tão bem no filme anterior, mas Nick deu conta do recado e não desapontou, Claire Danes apareceu relativamente bem mas também acho que poderia estar melhor, a bela Kristanna Loken que só aparece de cabelos soltos no inicio também teve uma boa atuação, fala pouco assim como Arnold no primeiro filme e nesses momentos mexe a boca de uma maneira muito exagerada talvez para parecer menos humana possível mas ficou muito esquisito, de resto está muito bem e o grande Arnold Schwarzenegger que se encaixa perfeitamente no papel desde o primeiro filme apareceu muito bem mais uma vez, aliás no memento em que ele se rebela contra John quando este está para pegar o avião ele está mais parecido com um robô do que nunca, está perfeito só perde talvez para o Robocop mas este tinha uma vantagem de ser todo de lata, já Arnold é um humano se fazendo de máquina, foi sensacional este momento, se ele vai ou não se tornar governador eu não sei mas sua popularidade é muito grande, para promover o filme viajou o mundo inteiro estando inclusive na França durante o Tour de France de ciclismo posando para fotos com o campeão Lance Armstrong em uma das etapas e foi também até a Inglaterra numa corrida de Fórmula 1 onde visitou o box da Jaguar que foi uma das patrocinadoras do filme. Linda Hamilton que da uma vida única a cada um dos dois filmes anteriores preferiu não aparecer neste e Sarah Connor foi dada como morta por Leucemia, uma falta insubstituível.
Alguns momentos do filme podem ser comparados com os outros como a chegada dos exterminadores, sempre numa bola transparente e sem roupa, a de Arnold no segundo é insuperável, neste foram mais chatinhas ele vai num clube de mulheres (péssimo) e ela pega uma mulher num carro. Sempre o protetor está em desvantagem, no primeiro era um humano contra uma máquina, no segundo uma máquina inferior contra uma máquina superior e desta vez a mesma máquina inferior contra uma mais superior ainda, ele mesmo admite que é meio impossível matá-la, sem dúvida ela é muito mais forte que T-1000 mas talvez não foi tão cativante, deveria de sido mais usada como soltar o cabelo apesar de toda sua determinação em cumprir sua missão no final, agora além de virar quem quiser como o T-1000 ela pode transformar sua mão em vários tipos de armas poderosas e serras também além de se contorcer toda de forma absurda e ao mesmo tempo muito interessante.
Outra comparação é quando eles convencem T-101 a ir salvar o pai dela na SkyNet, no segundo John convenceu o exterminador a ir salvar a mãe dele, ambos os casos não era parte da missão mas apesar da solução ser extremamente idêntica, a do segundo foi muito mais convincente do que esta, os dois filmes tem quase a mesma duração mas no segundo nós tiníamos mais momentos de calmaria sempre com boas mensagens para passar e neste quase não para e os canários mudam menos apesar de todos serem muito interessantes, quando ele chega para encontrar Connor é meio semelhante a quando ele chega no hospício onde Sarah está no segundo, mas naquela ocasião foi melhor pois Sarah fugia dele no primeiro e ficou apavorada, aqui John ainda pergunta se ele veio matá-lo, pela história que tinham no segundo filme e por ele ter sido como o pai que John nunca teve no mínimo ele devia ficar feliz e ir abraçar levando em conta o final triste do segundo mas não, uma pena, além das cenas que mostram a destruição do mundo que ficaram melhores também no segundo e a visão do futuro estava muito melhor caracterizada apesar de termos mais recursos no cinema desta vez.
Não faltaram também as famosas frases de efeito como 'Ela vai voltar' e 'Eu voltei' todas apoiadas no primeiro filme quando ele diz 'Eu vou voltar' mas com relação a trilha sonora, esta ficou a desejar principalmente se comparada a do segundo, boa mesmo só a que toca no final durante os créditos. Além do final diferenciado outros pontos diferentes que temos é não se apegar aos romances de ocasião que não foi totalmente descartado mas só fica no ar, e também a maneira como as cenas são finalizadas, as lutas não demoram muito e a além de parecer que não teremos mais lutas em determinado momento, a tão cansativa luta final é bem rápida e determinada, muito bem feito sem enrolação nenhuma, excelente.
É um filme não só para ser visto como para ser revisto inúmeras vezes, principalmente para quem viu as duas primeiras partes e quem é um fã da série mas também porque é uma história das mais instigantes que se possa imaginar, uma visão apocalíptica do futuro baseada em idéias únicas com detalhes tão surpreendentes que deixam todos perplexos e pasmos, especialmente porque vivemos numa época em que o fim do mundo é uma coisa tão eminente de acontecer do que em qualquer outro momento da história mesmo durante as grandes guerras mundiais devido a tecnologia nuclear que se desenvolveu até hoje, é um dos filmes mais fascinantes que existem, em 1984 tivemos a força da ficção mais do que estabelecida nos cinemas, em 1991 a ficção aliada e efeitos especiais e visuais jamais vistos antes, e agora em 2003, temos ficção mais efeitos e ação num filme original e com uma ousadia incomum que só quem tem coragem e poder pode fazer. Melhor que isso só a sequência que veio alguns anos depois, indo finalmente para o futuro e conseguindo superar o quase insuperável.
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