segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Looper: Assassinos do Futuro (2012)

filme looper poster
Com a infância marcada por filmes como De Volta para o Futuro (1985), é impossível não ter um grande interesse em qualquer outro filme que fale sobre viagens no tempo. Até acredito que a viagem no tempo, principalmente se for para o passado, seja impossível, e talvez seja exatamente por isso que sou fascinado pelo tema, e pelos filmes com esse tema, porque só mesmo assim para poder ver como poderia ser o mundo desse jeito. Confesso também, e aqui o De Volta para o Futuro II (1989) ganha sua parcela de responsabilidade, que também adoro filmes com temáticas sobre o futuro, e assim Looper: Assassinos do Futuro (2012) me chamou a atenção para a assisti-lo de duas formas.

Aliados ao tema de duplo interesse, ressalto aqui mais uma vez como fiz no post anterior como são fundamentais os primeiros cinco minutos de um filme. É impressionante como alguns diretores conseguem prender o telespectador já desde o início do filme, sem perder muito tempo com enrolação e logo deixando tudo explicadinho e bem resumido. No caso de Looper: Assassinos do Futuro (2012) haviam algumas cartas na manga para o final da história, e eu também não condeno quem faz muito mistério, afinal em O quarto de Jack (2015) o mistério foi brilhante e fundamental, mas é preciso tomar muito cuidado para não perder quem está assistindo.

Como já falei também, é muito interessante não saber nada antes de ver um filme e assim ir sendo surpreendido pelos acontecimentos. Mas aqui saber o básico, a sinopse e algumas coisas a mais não vai estragar em nada a experiência de quem for ver esse filme. Aliás, talvez devêssemos chamar de "Assassinos do passado", já fala sobre a história de matadores de aluguel que, no ano de 2044, matam pessoas que são enviadas em viagens no tempo, vindas de 2074, ou seja, trinta anos no futuro. Isso acontece porque em 2074 as pessoas são facilmente rastreadas e fica difícil cometer um assassinado. Fica mal explicado os motivos das mortes, mas em geral são todos criminosos, tanto os que morrem quantos o que mandam matar.

Tudo parece muito bem, as pessoas chegam do futuro com sacos na cabeça, amarradas, ajoelhadas e já com o pagamento em prata preso nas costas. Um tiro certeiro basta para fazer o serviço, mas é preciso descartar o corpo e registrar o assassinado em um tipo de central do crime. Joe (Joseph Gordon-Levitt) é quem narra a explicação no início e fala como se já soubesse o que de pior poderia acontecer nessa história toda. Não fica totalmente claro, mas parece que os assassinos trabalham por pouco tempo, cerca de um ano, até o próprio é enviado por ser assassinado por si mesmo. Depois disso, ao invés de prata o assassino recebe ouro, e pode ir embora viver os próximos 30 anos até ser enviado para o passado para morrer.

Antes desse momento crítico, o filme tenta mostrar um pouco de como é o futuro em 2044 com alguns detalhes que serviram de base para o desenvolver da história na parte final. Aqui você verá que a vida neste futuro possui diferenças de classes sociais bem maiores do que vemos na atualidade. Moradores de ruas, chamados neste filme como vagabundos, estão por todas as partes, fazendo lembrar um pouco o filme O Solista (2009). Um desses vagabundos tenta roubar um outro homem e simplesmente leva um tiro nas costas. É um verdadeiro caos, mas levando o enredo inicial em consideração, bem como algumas cenas que serão mostrada sobre o passar dos anos, podemos crer que em 2074 os problemas da violência estarão mais controlados.

Fora o detalhe com os vagabundos, outro detalhe importante que é apresentado é um poder da cinética onde as pessoas conseguem fazer levitar moedas com as mãos. Esse detalhe é muito importante e as semelhanças com algum prenuncio do surgimento dos X-Men não iria parar por ali, correndo o risco de que os acontecimentos na final do filme que irão envolver uma criança podem estragar tudo, seja por você não estar preparado ou não for um fã de X-Men ou seja por você simplesmente não gostar muito do ritmo como as coisas irão se seguir daqui em diante.

Eu senti alguma semelhança com o O Procurado (2008), talvez com um pouco menos de reviravoltas, ou pelo menos as reviravoltas aqui não são tão mirabolantes como lá. Outro filme que me lembrou muito foi Jumper (2008), mas diferente de lá não temos um Samuel L. Jackson na perseguição implacável. Aqui esse papel teria sido teoricamente de Jeff Daniels, que ficou muito apagado, restrito e não é nem o Samuel L. Jackson de um e tão pouco o Morgan Freeman do outro.

Joseph Gordon-Levitt consegue segurar bem o pepel principal. O ator tem uma carreira longa e sólida e eu citaria como uma de suas principais atuações aquela que fizera em A Origem (2010). Aqui em Looper ele aparece com um visual dos anos 1950, que por acaso é inclusive citado durante o filme. A atuação de Emily Blunt também merece um destaque. Sua personagem surge do nada e simplesmente ganha uma importância ímpar na história toda. Esse filme marcou um crescimento notável na carreira de Blunt que havia aparecido como quem não queria nada em O Diabo Veste Prada (2006) e aos poucos foi se destacando mais como em As Viagens de Gulliver (2010), Os Agentes do Destino (2011), Cinco Anos de Noivado (2012), No Limite do Amanhã (2014) até a consagração maior com o papel principal em A Garota no Trem (2016).

Por fim não podemos é claro esquecer de Bruce Willis. Ator consagradíssimo que, como tantos outros, está sempre pronto e disposto para novos projetos, porém passando de protagonista para um coadjuvante sem o merecido destaque. A mim incomodou um pouco ele não estar totalmente careca como de costume. Os cabelos brancos nas laterais da cabeça acima da orelha me fazia lembrar de John Malkovich. Seu personagem aliás parecia ter saído direto de Red - Aposentados e Perigosos (2010). A difereça de Willis para Gordon-Levitt é muito grande também, e a forma como a transformação aconteceu ao longo de 30 anos mostrada também é totalmente inverosímel, mas nada que prejudique o filme como um todo.

O que vale mesmo é lembrarmos que Bruce Willis e viagens no tempo tem tudo haver, afinal ele estava no grandioso Os Doze Macacos (1995), com a diferença que lá ele foi protagonista de verdade e teve uma das melhores atuações de toda sua carreira na minha opinião.

Um filme que vale muito à pena ser vista, como entretenimento, como distração, para esquecer os problemas e se divertir. É preciso prestar muita atenção, principalmente aos detalhes e aos vários diálogos, sem deixar passar detalhes das conversas que são essenciais para compreensão da história, já que está ganha novos elementos e reviravoltas inesperadas na parte final. o final, inclusive, é bem inesperado e surpreendente e os envolvidos merecem os parabéns pela ousadia.

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