segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A Incrível História de Adaline (2015)

A íncrivel história de Adalaine
Filmes românticos são sempre interessantes para casais ou solteiros que estejam apaixonados. Fora isso acredito que seja um pouco mais interessante rumar para as comédias românticas, que pelo menos possuem um alívio do rumo tendenciosamente dramático que possa ocorrer. Isso é evitado de certa forma em A Incrível História de Adaline (2015) porque o roteiro de J. Mills Goodloe e Salvador Paskowitz caminha mais para um lado fantasioso, do filme épico que, em um primeiro momento, pode parecer absurdo demais e correr o risco de perder seu foco principal, mas logo se realinha e segue muito mais para o interessante do que para o entediante.

No começo, para quem estiver atento com as datas informadas, logo perceberá que algo não está batendo. Adaline Bowman (Blake Lively) aparece no tempo presente, mas logo uma narrativa diz que ela nasceu a muito tempo atrás. O dato de ser colocado uma narrativa para a explicação dos fatos foi primordial para que a introdução da fantasia inverosímel da história toda. Adaline havia sofrido um acidente de carro em um atípico dia de neve na Califórnia, desde então parou de envelhecer.

Acredito que mesmo se tratando de algo impossível, o tema chama a atenção porque existe um interesse natural das pessoas sobre os desafios do tempo e da morte. Adaline Bowman se torna algo que muitos gostariam de ser. A outra grande jogada do diretor Lee Toland Krieger foi mostrar, mesmo que de uma forma rápida, algumas cenas sobre o decorrer da vida de Adaline ao longo dos anos antes de partir para a história romântica. Como exemplo tivemos o fato dela parecer muito jovem para uma idade avançada em um encontro com amigas antigas na rua, ou gerar dúvidas sobre sua data de nascimento a um policial rodoviário e ainda ser perseguida por parecer ser ... uma aberração da natureza!

Assim sendo o filme vai ganhando tons de interesse ainda maiores por parte de quem esteja assistindo. O relacionamento co a filha também é outro ponto alto da trama, afinal a filha vai ficando cada vez mais velha enquanto ela segue sempre com a mesma aparência jovem e bela que tinha quando sofreu o acidente. Essa é outra chave da história, ter passado mais de 100 anos desde o nascimento de Adaline, que proporciona inúmeras variantes. Em outro detalhe ás vezes pouco perceptível é que a melhor amiga dela é cega, o que evita muito problemas.

Então o filme se vê obrigado a seguir para o seu lado romântico, porque de fato não poderia haver história se assim não fosse. Nesse momento aparece Ellis Jones (Michiel Huisman) em uma festa de Ano Novo. O cara se apaixona por Adaline, e quem não se apaixona? E passa então a "persegui-la" em busca de um encontro amoroso. Ela, como não poderia ser diferente, o evita de todas as maneiras como evita as fotografias, se faz de difícil, pois não quer reviver momentos do passado dos quais o telespectador nem imagina. Fica tudo meio óbvio os motivos, mas conversas com sua filha que parece sua avó (piada do próprio filme no final) deixarão tudo mais claro e explicado.

Depois de tudo, Adaline começa a ceder, mas o melhor está por vir, a grande história, grande sacada, ponto alto do filme e os motivos que fazem o filme ser bom a interessante surgem finalmente na metade final com a entrada em cena de William Jones (Harrison Ford), cuja história de seu passado já havia recebido uma dica sútil em uma cena que só mais tarde poderá ser compreendida. Assim o filme toma outro rumo e fica um pouco mais dramático, mesmo que previsível, não evitando porém algumas dúvidas sobre o que de fato irá acontecer com Adaline agora.

Para o papel de Adaline Bowman, Katherine Heigl recusou um convite. Acredito que a idade de Heigl teria sido péssima para a personagem e para a história. Natalie Portman foi chamada e, apesar de também estar com quase 35 anos na época das filmagens, talvez tivesse ficado bem no papel pois além de excelente atriz, carismática e simpática, ela aparenta ser bem mais nova do que é. Mas ela ecusou e assim sobrou para Blake Lively, uma agradável surpresa. A beleza de Lively ajudou muito, mas sua atuação também foi interessante, principalmente nas cenas onde se mostra como alguém que já viveu de tudo e, apesar de ainda ser jovem, se porta como velha e sem interesse em nada, principalmente romances que não vão chegar a nenhum futuro normal.

Para quem já assistiu Gossip Girls deve estar mais acostumado com Blake Lively. Eu só me lembro dela em seu início de carreira no filme Aprovados (2006), onde ela estava tão apaixonante quanto agora, sorte de Justin Long. Michiel Huisman faz uma participação normal, pela idade talvez se encaixasse melhor com Katherine Heigl. Já Harrison Ford, que já é uma ator consagrado com uma carreira sólida, não precisa se esforçar muito e acaba sendo ajudado pela importância do personagem dentro da história.

Um filme que vale muito à pena ser assistido. Um filme que consegue pegar algo fantasioso e irreal e fazer parecer verdade ou possível, porque consegue unir a fábula com a vida normal e fazer um elo de ligação que irá culminar em uma final feliz, mas mostrado de forma sútil apenas na última cena, obrigando todos a esperarem ao máximo para enfim ter a certeza do que irá acontecer mesmo com Adaline Bowman.

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