Temos que entender que se o nome do filme fosse "A Santa Cláusula" não teria a menor graça. "The Santa Clause" serve apenas para o nome em inglês, justamente porque Papai Noel em inglês é Santa Claus. Até o nome na capa do filme ficou legal com o "E" caindo em outra cor. Talvez seja uma das únicas vezes que mudar o nome do filme tenha sido tão indispensável. "Meu Papai é Noel" ficou excelente, não tem como contestar jamais. Para falar a verdade poderia ser "Meu Pai é Noel", mas não é Pai Noel como é Pai Natal em Portugal, então teve que ser Papai mesmo. Mais um filme de Natal bonitinho e engraçadinho, porém contanto com um ator que se tornaria um ícone de comédias, inclusive natalinas, e um roteiro para lá de promissor.
O Papai Noel "morreu", ou sumiu, e o pai de um garotinho que lutava contra o "fim da magia do Natal" acaba assumindo seu posto e literalmente se tornando Papai Noel. É um filme infantil, bobinho, mas é sensacional a ideia, e indispensável de ser visto na época do Natal, óbvio. Ainda era 1994, havia recursos para se fazer bons efeitos especiais, mas se compararmos às duas continuações que o filme ganhou anos mais tarde, vemos que nesse primeiro filme faltou algo. Isso não quer dizer que o filme seja ruim, mas parece que algumas situações ficaram por demais aceleradas.
Existem as cenas normais de todo o processo de transformação do personagem principal em Papai Noel, sua reluta em aceitar as mudanças como o aumento de peso, os cabelos ficando branco e a barba crescendo todos os dias, mas mesmo que o primeiro dia no trabalho seja detalhado, os outros não são e onze meses acabam voando. Felizmente isso não quer dizer que momentos interessantes aconteçam. Os pais adotivos de Charlie tentando impedir que seu pai o veja por achar que o mesmo está louco com toda a história de Papai Noel é brilhante.
O próprio Charlie dando com a língua nos dentes sobre a viagem ao pólo norte é sensacional, principalmente porque seu pai tem que ficar dizendo que foi um sonho, que não ocorreu, talvez até para tentar se alto iludir que tudo aquilo realmente não aconteceu. Sem falar na já citada transformação de Calvin em Papai Noel e seu próprio nome ter as inicias SC. Scott Calvin ou Santa Claus? Apontado como um dos poucos ou único filme sobre o Natal onde não existe um vilão evidente. Problemas de agenda impediram Chevy Chase de ser Scott Calvin. Que ótimo, a aposta em Tim Allen foi um dos maiores acertos que poderiam acontecer.
O ator havia feito um filme em 1988 e outro em 1990, mas depois deste não parou mais de atuar. É possível até notar como ele está novo e diferente por aqui. Em 2002 ele estrelou a continuação e em 2004 mostraria que nasceu para filmes natalinos quando fez o excelente "Um Natal Muito, Muito Louco" ao lado de Jamie Lee Curtis e Dan Aykroyd. Sem dúvida um dos atores mais hilários da atualidade, a eterna voz de Buzz Lightyear. Vale destacar também a presença de Judge Reinhold. Quem não se lembra de sua atuação fantástica no clássico "Picardias Estudantis", ou ainda no brilhante "Um Tira da Pesada", sem falar em "Vice Versa" e tantos outros.
Temos também David Krumholtz, um eterno coadjuvante que nunca decepciona. E ainda os elfos que foram muito bem caracterizados e bem encaixados na história. E pelo chocolate quente a lá 007. Pelo moderno trenó e pela não babaquice da polícia que poderia ter estragado todo o roteiro perfeito. Pela simples magia do natal e pela esperança de podermos sempre acreditar em nossos sonhos. Por tudo isso e muito mais vale muito a pena assistir esse filme e suas continuações. Principalmente ou exclusivamente na época do Natal. Ou que seja o mês de dezembro pelo menos.
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