segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Matrix Reloaded (2003)

matrix
Em primeiro lugar gostaria de lembrar, apesar de todos já saberem, que o filme ‘Matrix’ de 1999 foi um marco no cinema em termos de efeitos especiais e o que foi melhor, apresentou uma trama com ideias sensacionais que iam muito além da imaginação e acabou sendo uma grande sucesso de público e de crítica. Tais fatores que levaram os ‘calados’ irmãos Wachowski a fazerem mais duas sequências transformando o filme então numa trilogia, dado o sucesso do primeiro.

O fato é que Matrix virou um fenômeno absurdo se tornando um filme extremamente comercial e criando muitas expectativas para as pessoas que gostaram do primeiro, só que um pequeno detalhe que se vê em ‘Matrix Reloaded’ é que ele não está totalmente ligado a ‘Matrix’, como uma continuação direta e por sua vez está completamente e totalmente ligado a ‘Matrix Revolutions’ se tornando assim um capítulo de duas partes tendo ‘Matrix’ como prefácio e ‘Revolutions’ como parte final.

Isso tudo acabou deixando muita gente decepcionada e de fato o público ficou muito dividido. Vejo as pessoas reclamarem demais da monotonia em algumas cenas, dos diálogos extremamente complicados, das cenas de ação consideradas gratuitas e principalmente do final que não existe. Realmente esse final foi muito ruim lembrando que ‘De volta para o futuro’ conseguiu fazer a segunda e terceira partes ligadas mas ao mesmo tempo com suas histórias finalizadas, já aqui em ‘Matrix’ ficou totalmente no ar, não tem como não ver a continuação.

Na minha opinião é um negócio muito arriscado dado que geralmente as pessoas não tem muita paciência para esse tipo de coisa e para ver os dois filmes ao mesmo tempo vai se gastar um bom tempo também, mas de tudo que andam reclamando e que realmente tenha ficado ruim para mim mesmo foi a cidade de Zion, tão falada no primeiro filme ela se tornou uma grande decepção, alguns até falam bem dizendo que o que mais poderia fazer um povo que vive isolado e com uma única esperança, lembra muito ‘Mad Max’, ‘O vingador do futuro’, ‘Fuga de Absolom’, ‘O Mensageiro’ e até mesmo o recente ‘Reino de Fogo’ em todos esse tipo de comunidade que sobrevive a um tipo de “grande acontecimento’ foi muito melhor caracterizado do que aqui em ‘Matrix’. Aqui é um lugar abominável.

Muito interessante as análises feitas quando se lembra que Matrix é um programa de computador, o que por si só já implica na necessidade das lutas eliminado elas de serem realmente gratuitas, principalmente a que parece mais abominável que é a que Neo luta contra o guardião do Oráculo, onde ele mesmo explica que só conhece alguém quando luta com ele, seja para hackea-lo ou não eu acho que é como um anti-vírus, que precisa localizar e identificar o vírus para depois deletá-lo, por isso lutar com alguém, para conhecê-lo e assim tomar uma atitude.

É impressionante como foram colocados novos personagens e como o filme ganhou vida nova, se no primeiro nós nem vimos a cidade de Zion, e no ‘mundo real’ ficamos restritos a nave Nabudonosor (que lembrava muito o primeiro ‘Alien’) e algumas sentinelas, aqui nós vemos que os agentes nem tem tanta importância assim, que existe muitas e muitas sentinelas, que as máquinas é que são de fato os grandes vilões levando em conta serem os únicos que aparecem no ‘mundo real’, todo um lado família de sentimentalismo que foi colocado tanto no operador da nave que tem esposa e sobrinhos na cidade de Zion e também na nova personagem Niobe, que é uma antiga namorada de Morpheus, sem falar em Trinity e Neo, dentro da Matrix então nem se fala, esse negócio de que tudo é um programa de computador criado por que não para enganar Neo e companhia deu muito pano para manga.

O Oráculo é um programa também, agora minha questão levantada sem muita repercussão no comentário que fiz sobre o primeiro ‘Matrix’ foi respondida, porque os agentes não iam atrás do Oráculo, isso sem falar no Chaveiro, um personagem também muito interessante que tem um poder dentro da Matrix que parece até fantasia. Ele pega uma de suas chaves e quando a usa em uma porta pode abri-lá em qualquer lugar e quando fechar o outro que abrir não irá para o mesmo lugar, assim como o Oráculo agora é protegido esse Chaveiro também é, por Merovingian (Lambert Wilson) que ainda fala francês, principalmente palavrões e tem ao seu lado Persphone (Monica Belluci) outra personagem com participação fundamental, esse cara também tem muito poder e deixou bem claro que ainda volta para muito mais ação e sem dúvida lutar com Neo.

O fato de Neo poder voar, onde o próprio filme faz referências ao Super-Homen também gerou diversas discussões, o detalhe é que logo no final do primeiro filme ele saiu voando então era de se esperar que ele fizesse isso, uma pena é que nunca o veremos saltar de um prédio para o outro mais tudo bem, agora por que em todas as cenas ele não sai voando, primeiro aquele negócio de que precisa lutar para conhecer o outro e tal, depois acredito que contra os agentes Smiths, uma cena que foi quase toda computadorizada, ele não tinha tempo ou espaço precisa tomar uma certa impulsão fazer uma certa preparação, um tempinho só mas fundamental, pelo menos é o que penso. Mas o pior mesmo é que o agente Smith, detalhe não é mais agente, é totalmente descartável neste filme, uma pena porque que ele foi fundamental no primeiro e talvez este tenha sido o motivo para mantê-lo mas ele ficou sem muito o que fazer, é mais uma vingança dele contra Neo, o que é interessante é que ele entrou no ‘mundo real’ como um cara lá em determinado momento e quase teve sua chance de matar Neo, só que o final disso ficou para ‘Matrix Revolutions’.

No caso de Neo ser o escolhido e tal, o que o deixa com plenos poderes e praticamente indestrutível, faz com que as cenas em que ele luta seja totalmente previsíveis, ou seja, você sabe que ele vai vencer, isso foi suficiente para acabar com qualquer clima de tensão apesar de você achar que algo possa realmente acontecer a ele, mas o pior é que Trinity e Morpheus lutam como se fossem invencíveis também, em uma cena imitada do primeiro filme nós vemos Morpheus chamando o cara para briga assim como Neo havia feito, um exagero e ninguém mais corre desesperado para um telefone fixo em algum lugar naquele desespero e suspense sensacional do primeiro filme, essas cenas foram até eliminadas sendo que o telefone só aparece uma vez, o que deixou o operador sem um papel fundamental, e ainda tem horas que ele perde contato com o pessoal, o pior é que eles falam com o operador sem o celular e em outras horas usam o celular, será um furo ou é algo irrelevante, e mais, Morpheus chamando o Neo dentro da Matrix, puxa vida agora eles podem conversar a quilômetros de distância.

Não há como negar que seja uma trama das mais complicadas e filosoficamente mais intrigantes que possam existir, muita coisa nas entrelinhas das conversas de Neo e outros personagens, talvez a mais interessante de todas seja a com o Arquiteto, que é o cara que criou Matrix e é quem eles procuram durante todo o filme, ele vive no coração da Matrix e por isso precisam do chaveiro para entrar, muito interessante mesmo essas cenas “finais” onde eles tem de entrar num tal prédio, apagar a luz de não sei quantos quarteirões e terão cinco minutos para fazer tudo isso, aí que o inicio do filme, onde Neo teve um presságio, vai voltar a passar que é a Trinity indo ajudar eles e assim como ela salvou Neo primeiro filme aqui ele .......

Acho que o maior erro mesmo foi na direção, alternou-se muita monotonia com muita ação, talvez tenha faltado mais coerência nas cenas, na montagem e tudo mais, é muito sobe e desce, talvez por ter visto demais nos trailers e em tudo quanto é lugar, eu não tenha gostado muito da luta contra os agentes Smiths e a perseguição na rodovia (aliás foi construída uma rodovia de três quilômetros só para fazer essa cena) achei aquela luta no castelo um pouco mais interessante e a minha cena predileta é a que Morpheus fica falando naquela sala onde ele convenceu Neo e tomar a pilula sentado naquela poltrona vermelha, “E se a profecia for verdadeira, e se a guerra terminar amanhã, vale a pena lutar por isso? Vale a pena morrer por isso?”

O pior foi ver que Morpheus não passa de um cara considerado louco, que tem um certo respeito em Zion mas depois de ver o Arquiteto ele ficou no chinelo, é nessas horas que vemos como o primeiro filme não mostrou nada mesmo, ou então eles tiveram que inventar mais uma monte de coisas e aquilo era apenas a ponta do Iceberg, ou virou a ponta, sem falar que Matrix já fora criada outras cinco vezes e tudo mais, nossa tem umas viagens e tanto. O que eu acho mais maluco em tudo, além de terem que usar telefone para sair da Matrix e falarem por celular (mesmo que não todas as vezes), é pensar no porque da existência da Matrix, não há muita necessidade de entrar nela (aliás como será que eles desenvolveram esse sistema de acesso à Matrix?) pois eles só entram quando há muita necessidade, no primeiro para falar com o Oráculo, depois para salvar Morpheus, aqui existe até muita confusão porque Neo tem cabelo dentro e fora da Matrix (talvez tenha dado muito trabalho para filmar no primeiro) então você se perde um pouco para saber mas não tanto.

O Neo entra para falar com o Oráculo depois eles entram para achar o chaveiro e ir até ao centro, fora isso não tem mais porque entrar mas mesmo assim ela é tão importante, minha humilde teoria é baseada no primeiro filme, para as máquinas funcionarem elas precisam dos humanos, que estão lá ligados por cabos, aí cada um daqueles humanos lá está vivendo sua vida na Matrix e quando morre sai de lá e da lugar a outro, por isso existe a Matrix, para enganar todos aqueles seres humanos, o problema é que não aparece aquele lugar nessa continuação, uma pena, eu fico pensando também como o Morpheus tirou o Neo de lá, porque e com qual poder.

Existe uma infinidade de coisas para ficar discutindo e pensando, vários detalhes que acho que nem os criadores conseguem responder, aquela conversa entre Neo e um cara na cidade de Zion também é muito intrigante, alguns ficaram ainda pensando que a Matrix está dentro de outra Matrix, aí também seria copiar demais os filmes ‘13º Andar’ e ‘Existenz”, mas o legal é isso, abrir conceitos, criar várias conclusões, pensar que o mundo em que nós vivemos seja talvez uma ilusão, era tudo que eles queriam mexer com a cabeça das pessoas, foi uma pena mesmo a maneira como conduziram a história mas se você procurar prestar mais atenção nos detalhes será mais agradável assistir, pois nesse caso já torna necessário ver muitas e muitas vezes até conseguir entender por completo, isso sem falar que nem terminou e que mesmo com a continuação ainda teremos inúmeras dúvidas, realmente Matrix entra para a história da complexidade de nossa existência.

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