Um dos primeiros filmes do astro Mel Gibson, ‘Mad Max’ deu fama ao ator e é um dos clássicos filmes de ação, com um estilo totalmente próprio e uma falta de comprometimento total com a realidade e o que hoje querem impor como politicamente correto. O filme acabou sendo um sucesso principalmente na Austrália onde foi filmado, como também no resto do mundo, misturando muita loucura com ficção com violência em cenas de tirar o fôlego.
Em um futuro não muito distante o mundo está caótico, um cenário extremamente caracterizado numa cidade do interior da Austrália onde faz muito calor. A polícia local tenta coibir a violência e grupos que insistem em apavorar o local, a primeira notoriedade são os carros bem diferentes que aparecem e a maneira como os policiais trabalham, o melhor de todos eles é Maxxie Rockatansky (Mel Gibson) ou apenas Max, ele está num carro chamado interceptador, logo no início já temos uma perseguição, o cavaleiro da noite foge num modelo V8 de alta potência e acaba sofrendo um acidente e morre.
A gangue de motoqueiros que passa o dia na praia e quando não estão roubando combustível e que estão aterrorizando as pessoas que passam por perto, irá atrás do amigo morto para pegar o caixão dele e mais tarde passará a brigar com os policiais e matará o melhor amigo de Max. Cansado e acreditem, com medo, Max vai abandonar o trabalho e sair de férias com a esposa e o filho, mas o pior está por vir e quando chegam ao litoral acabam batendo de frente com a gangue.
Mesmo sendo um filme de 1979, os efeitos estão muito bem feitos e não se percebe qualquer falha, o diretor George Miller que também ajudou a escrever o roteiro foi muito feliz e deu um certo ar de seriado de TV para o filme, colocando uns sons muito legais nas cenas e escurecendo a tela quando muda de uma cena para outra. Temos também ótimas cenas de tensão como a que a esposa de Max briga com a gangue e sai correndo e a de quando Max a encontra na estrada que é muito forte, outro ponto interessante do filme é que a policia usa uma gíria chamada Bronze, talvez pelo fato dos distintivos dos policias ser de bronze e outra coisa legal é que eles usam roupas de couro, que virou o traje básico de Max.
Ao contrário do que muitos pensam a sinopse e fama que Max pegou de um policial que busca vingança é meio errada para esse filme, primeiro que a esposa e o filho de Max não morrem por represália, na minha opinião ela estava no lugar errado na hora errada, e isso só acontece quase no final do filme, aí sim ele passará a ficar louco, se tornando assim o Mad Max (Max Louco) e partirá para vingança, mas antes não, o filme apenas mostra o dia a dia caótico da época, inclusive ver o Max ‘normal’ saindo para passear com o filho a esposa e tal é uma oportunidade única.
Quanto ao final vale ainda precaver que é um final daqueles que quem assiste deve estar preparado pois ele acontece do nada, de repente acaba o filme, mas não quer dizer que seja ruim e que estrague todo o filme, pelo contrário, se você acompanhou direito, sentiu tudo que envolveu a história vai ficar satisfeito, a não ser que quisesse ver mais sangue, mais destruição mas acho que seria exagero, é um final ousado de quem não tem medo de achar que faltou algo, o diretor certamente estava convicto de que já tinha passado o que ele queria e se passasse mais coisa seria com certeza enrolação.
O sucesso levou o filme a ganhar mais duas continuações se tornando uma trilogia, em 1981 surgiu ‘Mad Max 2: A caçada continua’ que teve um roteiro muito mais elaborado e conta com uma ótima montagem e boas sequências de ação além de uma história envolvente, mostra inclusive cenas deste em seu inicio mas não é uma continuação direta, parece mais um capítulo novo de um seriado que só mantém fatos importantes do passado e ainda com novos incrementos, o título em inglês é até outro “O guerreiro da estrada” e parece até se passar no mesmo local que este por causa da estrada mas não tem a praia e é mais no meio de um deserto, consegue superar em termos de produção e é certamente uma das continuações que deu certo.
Mais tarde em 1985 Gibson foi para Austrália de novo e pela última vez para gravar a terceira e última parte, agora contracenando com a cantora Tina Tunner em ‘Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão’ que se perdeu um pouco na história e ficou abaixo destes dois primeiros, mas também é muito bom. Anos mais tarde o diretor retornou com um quarto filme, porém sem Mel Gibson.
Quem ainda não viu o primeiro ainda não pode deixar de ver quando tiver a chance, um excelente filme que vai além de uma história básica normal, sugere um futuro caótico onde a violência impera e a justiça fica nas mãos de poucos corajosos que lutam mais por vingança do que por princípios, ao olhar para o mundo a nossa volta fica muito fácil imaginar que este seja mesmo o destino da humanidade.
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