terça-feira, 6 de novembro de 2018

O Professor Aloprado 2: A Família Klump (2000)

Tentando explorar o que talvez tenha chamado mais a atenção no primeiro filme, 'O Professor Aloprado 2 - A Família Klump' aposta todas as suas fichas nos personagens gordos e escrachados feitos por Eddie Murphy totalmente maquiado e quase irreconhecível, juntamente com um roteiro muito ruim e uma direção de péssima qualidade o filme acabou sendo uma das grandes decepções da comédia nos últimos anos em Hollywood e certamente entra direto no grupo de sequências que fracassaram e baixaram por demais o nível do filme original.

O professor Shermann Klump (Eddie Murphy) desenvolveu uma fórmula de rejuvenescimento e mais uma vez o reitor da Universidade irá apostar tudo nisso para faturar cerca de U$ 150 milhões, o problema é que Shermann ainda sente a presença de Buddy Love dentro dele que o faz dizer coisas que não quer e está prejudicando seu namoro com Denise (Janet Jackson), mesmo sabendo dos riscos ele acaba fazendo uma remoção de DNA e Buddy Love com ajuda de um pêlo de cachorro irá ganhar vida e Shermann começará a ficar burro conforme o tempo vai passando.

Realmente é uma história terrível, se no primeiro filme nós tínhamos uma invenção que poderíamos até imaginar ser algo possível, não da maneira como foi mostrado é claro mas era uma teoria com muitos fundamentos que pelo menos poderia evitar que uma pessoa engordasse mais e quem sabe aos pouco fosse emagrecendo, mas neste filme as invenções e tudo mais acabaram fugindo muito da realidade, desde a fórmula do rejuvenescimento até a extração do DNA é tudo muito fora da realidade, mas o pior mesmo foi ver Buddy Love ganhar vida, além de ser um absurdo a cena foi feita de uma maneira tão forçada que poucos são capazes de suportar.

Nas horas vagas do filme, ou seja, quando a terrível trama não está sendo explorada entram então em cena os gordos da família Klump, certamente é nesse momento onde de fato estão contidas as maiores piadas e seria supostamente o momento de rir e se descontrair, mas tudo é feito sempre de maneira forçada, as piadas são sujas e em sua maioria falam sobre sexo, são muitos palavrões e em nenhum momento chamam a atenção, mesmo mostrando todos comendo na mesa (maneira como apareceram no primeiro filme) e aos poucos ir mostrando seu dia a dia não ajudou, a mamãe está chata, o Clesius (pai) ficou horrível depois que tomou a fórmula e a maneira como o filme tentou explorar esse lado conjugal também foi muito ruim, o irmão de Shermann ganhou um pouco mais de espaço mas não agrada em nada e seu filho teve até duas falas além de ficar só rindo como no primeiro e o pior de todos é sem dúvida alguma a chata vovó que fora tão bem no primeiro filme, sempre falando de sexo e com um namorado velhote que pelo amor de Deus, todos estão horríveis e bem longe do que fizeram antes.

Peter Segal é outro que decepcionou muito, sua direção não tem a mínima seqüência nem um ritmo sequer, os personagens não se desenvolvem como deveriam e o telespectador se cansa ou se perde quase todo o tempo, assistir o filme a noite por exemplo é a mesma coisa que usá-lo como sonífero, será muito difícil chegar até o final, a resolução até que não foi de toda maneira ruim mas como todo o filme é um absurdo então neste momento não poderia ser diferente, além das cenas da vovó outra que decepciona tanto quanto é a do hamster gigante que ficou péssima demais.

É triste ver que Eddie Murphy provavelmente não voltará a fazer filmes tão legais quanto os que fez na década de 80, mesmo se desdobrando para fazer tantos personagens ele não agrada em quase nenhum momento, na pele de Shermann então está uma grande decepção e bem longe do moço caridoso e cativante que fizera no filme original, além de tudo ele foi um dos produtores da fita juntamente com Jerry Lewis que atuou no original de 1963 onde foi baseada a história do primeiro filme, o reitor da Universidade fez um papel esdrúxulo e o assistente de Shermann no laboratório recebeu pouco espaço e não pôde desenvolver seu personagem da mesma maneira como fez no primeiro filme, mas a pior de todas mesmo é Janet Jackson, nossa como ela está horrível e é muito triste acompanhá-la em cena, logo no inicio quando ela surge com aquela cara sem graça e um sorriso extremamente forçado decepciona na hora, foi realmente muito ruim que a atriz que fez Clara no primeiro filme e que proporcionou aquele final tipo 'viveram felizes para sempre' não voltou a participar pois seria muito importante vê-la reencontrar Buddy Love, que por sua vez é outra decepção, pouco explorado e totalmente sem graça, completamente diferente do que também fizera antes.

Não posso dizer que não vale arriscar pois o primeiro filme foi muito divertido e todo mundo sente vontade de ver uma continuação, além do mais esse fato garantiu a enorme bilheteria que certamente não voltará a acontecer caso insistam e façam um 'Professor Aloprado 3', mais vale ressaltar que 'decepção' é a palavra que define praticamente todo o filme e seus atores, personagens e história, uma tremenda tristeza para o cinema e principalmente para todas as boas comédias que já existiram.

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