Tenho um certo costume de gostar da maioria dos filmes que assisto, quando acho que um filme é ruim ou que eu não vou gostar dele eu não assisto, imaginava sinceramente que 'Impacto Profundo' era um filme chato e que nada de bom teria a oferecer, mas depois de muito tempo resolvi assisti-lo e acabei não me decepcionando tanto, claro que não é o melhor filme do mundo, muito menos o melhor de ficção pois prega uma ideia que muito já vimos antes mas contém detalhes e cenas isoladas muito interessantes e que fazem com que vê-lo não seja uma total perda de tempo.
A intensa semelhança com 'Armagedon' é algo de mais notável no filme, um asteroide gigantesco caminha em direção à Terra condenado toda a humanidade, os Estados Unidos como não poderia de ser, armam um esquema para chegar até o cometa e explodi-lo usando bombas atômicas a bordo da maior nave já construída, o grande detalhe é que em todo o momento fala-se em uma união com os russos nessa missão que foi denominada de Messias, o fato de tudo ir acontecendo muito rápido denuncia que tal trabalho não vai dar certo e é justamente o que acontece, a explosão é fraca e o asteroide se divide em duas partes, uma pequena e uma outra muito maior.
A partir disso o filme entra em seu melhor momento que retrata todo o drama da população, principalmente a norte-americana, que será alvo do asteroide pequeno, lutando pela sobrevivência, fazendo saques pelas ruas e revendo seus erros e acertos na vida certos de que seu fim esta próximo, se você estiver realmente gostando do filme o primeiro nó na garganta vem quando é anunciado pelo governo que nos abrigos que estão sendo construídos nas montanhas não serão escolhidos para passarem os próximos dois anos qualquer pessoa com mais de 50 anos de idade, em outra cena triste nós vemos uma família que foi sorteada partindo enquanto os vizinhos ficam para trás.
Outro ponto que chama a atenção foi a parte em que o asteroide pequeno atinge a Terra na parte final do filme, os efeitos especiais estão muito bem colocados e sem exageros, o final é bem previsível e não houve qualquer ousadia por parte da diretora Mimi Leder, mesmo ela já tendo sido bem diferente ao fazer o primeiro asteroide atingir o Planeta, mas temos que considerar que ela contornou muito bem a situação e criou isso apenas para mudar um pouco retornando em seguida para os finais básicos e tradicionais que exaltam o a luta do povo pela sobrevivência e sempre vencem qualquer tipo de ameaça, seja ela natural ou não, mas isso não faz com que as cenas dos congestionamentos nas estradas e atitudes das pessoas em meio a tal situação não sejam interessantes pois mostra bem o que realmente poderia acontecer se um asteroide de verdade viesse rumo à Terra e o fim da humanidade talvez seria mesmo igual ao fim dos Dinossauros.
Não vejo como poderia ter sido diferente mas o uso da bomba atômica é algo que cria uma inerente polêmica já que os EUA são tão contra e até invadiram o Iraque acusando-os de terem tal explosivo, talvez a verdade é que só eles querem deter de tal poder para serem mais superiores ainda com relação ao restante do mundo; com relação às atuações todos estão bem normais e nenhum chama mais a atenção do que o outro, o fato de se ver tanta gente conhecida neste filme que foi considerado um desperdício pelos que não gostaram da fita, se deve unicamente à produção de Steven Spilberg ao qual fica muito difícil recusar o convite; Morgan Freeman faz um presidente sentimentalista e correto em suas atitudes acima de tudo defendendo sempre em primeiro lugar a vida e não exclusivamente sua pátria, mais uma vez vemos um negro no poder norte-americano assim como aconteceu outras vezes como por exemplo na série de TV '24 Horas', é bem possível que num futuro próximo isso venha a se tornar realidade; Robert Duvall faz um astronauta veterano em meio a um grupo jovem com apenas um objetivo óbvio que é passar experiência aos demais; Téa Leoni é a jornalista que ajuda o governo a divulgar os fatos, linda como sempre a atriz que fez também 'Um Homen de Família' e 'Bad Boys' está muito bem e não decepciona em nenhum momento; Elijah Wood tem um papel muito importante também na história como o descobridor do asteroide que acaba inclusive recebendo o seu próprio nome; os outros destaques vão para a namorada de Wood, a mão de Leoni e algumas outras caras conhecidas como a amiga da jornalista e o pai de Elijah.
Tenho a convicção de que este filme não é algo primoroso e muito menos inovador, dificilmente veremos a destruição total do planeta na tela do cinema pois isto pouco chamaria a atenção da maioria do público, mas temos que considerar que o filme tem cenas muito boas, ideia interessante apesar de não ser inédita e alguns desfechos ousados, o maior trunfo porém está nas cenas sentimentais que são sim muito emocionantes e até mesmo tristes e chamam muito a atenção isoladamente.
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