Filmes de Guerra são muito comuns em Hollywood, principalmente quando exaltam os Estados Unidos da América. Nesse quesito o excelente 'Até o Limite da Honra' não fica para trás, mas ele consegue ir além quando toca em um tema polêmico que é a inclusão de mulheres nas Forças Armadas. Aqui no caso é na marinha, uma situação que em outros tempos seria relacionada com a inclusão de negros nas Forças Armadas. Em 'Homens de honra' vemos inclusive a história do primeiro mergulhador negro na marinha americana. O filme inclusive faz uma referência dizendo que a mulher de hoje é o negro de ontem. A história deste filme não é real, mas se baseia em algo realista, o que naturalmente lhe faz se aproximar muito da realidade.
A senadora Lillian DeHaven (Anne Bancroft) resolve pressionar a marinha para que tenha diversidade de gênero em seu programa de treinamentos. Após um estudo de candidatas com sua equipe, ela resolve indicar a tenente Jordan O'Neill que, após uma breve conversa com seu namorado, resolve aceitar. O detalhe é que a senadora só quer publicidade, só quer chamar alguma atenção e fazer politica, ou seja, todos esperam que O'Neill não tenha sucesso, afinal ela foi inscrita em um dos mais duros programas de treinamento que tem uma taxa de 60% de desistências, onde nenhuma mulher jamais havia iniciado o treinamento antes.
Para se ter uma ideia, o primeiro dia das 12 semanas só termina quando alguém desiste, assim eles seguem exaustos até a noite, quase no dia seguinte, sem poder dormir ou comer direito. O'Neill sobrevive e, além de sofrer com os outros em treinamento, ela exige receber o mesmo tratamento que eles, ou seja, dormir no mesmo lugar e não ter nenhum tipo de ajuda por ser mulher. O comandante do treinamento é o chefe John James Urgayle (Viggo Mortensen), que como todo chefe pega pesado e não vai dar moleza para ninguém.
Demi Moore está brilhante no filme. Ela consegue transmitir toda a realidade da personagem. Ela havia feito 'Striptease' um ano antes e está no auge de sua forma física. O filme inclusive se aproveita disso em cenas que mostram ela fazendo exercícios físicos, tomando banho ou apenas usando sutiã em um atendimento médico. Demi aceita raspar todo o cabelo em uma atitude incrível da atriz em pró da personagem. Viggo Mortensen também apareceu bem como o chefão arrogante que depois tem sua redenção no final.
Apesar de alguns dos integrantes da equipe de O'Neill serem reconhecidos de alguma forma, como McCool (Morris Chestnut) porque é o único negro, os outros são difíceis de identificar, porque todos tem o cabelo raspado. Wickwire (Boyd Kestner) e Cortez (David Vadim) são mais acionados, mas Slovnik é que mais surpreende em relação ao seu intérprete que é Jim Caviezel, hoje muito famoso. Sua participação quase imperceptível deve ter sido muito boa, afinal no ano seguinte ele foi escalado para 'Além da Linha Vermelha', outro filme de Guerra.
É um filme de Guerra muito bem feito porque foi dirigido pelo gênio Ridley Scott. Vale muito a pena ser visto, mesmo que seu final seja um pouco forçado na busca pela redenção daquele que parecia ser o maior vilão. Faltou talvez uma elaboração melhor da personagem principal para convencer mais sobre como ela conseguiu passar em um programa de treinamentos tão difícil de ser feito, mas nesse ponto ressaltamos que não é uma história real e se isso não fosse assim não haveria história alguma, portanto o filme priora seu objetivo em detrimento de um realidade, mesmo sendo muito realista nas cenas.
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