Não há dúvidas de que ‘Los Angeles, Cidade Proibida’ é um filme genial, tanto na direção de Curtis Hanson quanto no roteiro, escrito por James Ellroy. Brian Helgeland e o próprio Hanson conseguem mexer com a cabeça dos telespectadores e mostrar logo depois reviravoltas incríveis e convincentes, que não deixam de lado alguns clichês inevitáveis, mas nada que prejudique o resultado final.
A história começa bem simples, uma dupla de policiais, durões é claro, que tentam manter a ordem na cidade, um outro policial veterano que gosta de aparecer na mídia e tem um amigo fotógrafo que o ajuda nesse caso, o chefe da polícia que é essencial nesse tipo de filme e é claro a moça bonita e excêntrica, aquela que chama a atenção mesmo debaixo de uma casaco de pele gigantesco. Tudo indo muito bem até aparecer um policial de pouca expressão, Ed Exley (Guy Pearce), que usa da honestidade exagerada e falta de companheirismo para se promover, ou seja, não hesita e entregar os colegas para um boa promoção, o que o levará a se tornar tenente. Aliás quando ele aparece em cena pela primeira vez recebe uma grande ênfase, o que já faz notar que ele será peça fundamental na trama.
Com isso o diretor cria um caso onde todos estarão envolvidos, Exley terá problemas por seu comportamento com Bud White (Russel Crowe), e com Jack Vicennes (Kevin Spacey), mas estarão bem envolvidos com o caso até que Exley passa a ter uma atenção maior e aí o filme entra naquela seqüência de cenas onde sempre tem uma música no fundo, e só aparecem algumas falas, muito bom, até que depois de tudo isso começa uma nova trama, muito inesperada, ou seja, o filme vai tomando novos rumos, e nada é o que parece. Tudo feito com a mais perfeita harmonia, o que antes parecia o objetivo torna-se superficial.
White ainda viverá um romance com Lynn Bracken (Kim Beisinger) e muitos outras revelações de outros personagens serão vindas e surpreenderão. O diretor também não exita em eliminar personagens, mesmo sendo interpretados por atores famosos, o que deixa tudo ainda mais interessante e inesperado. Você nunca sabe quem vai levar o próximo tiro, e sempre que acontece você fica pasmo, nunca sabe também quem está do lado de quem, é incrível.
Kim Beisinger está linda e com uma cabelo muito diferente e uma maquiagem exagerada, mas levar o Oscar e Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante foi talvez o maior exagero que se tenha feito. Não que ela tenha uma atuação ruim, mas é que ela só tem um momento importante para a trama, nada mais, outro fato que também me intriga é ela aparecer em destaque no pôster de divulgação, será que ela é mesmo a principal personagem da história e eu não entendi?
Kavim Sapacey aparece relativamente bem um ano após ter levado o Oscar por ‘Os Suspeitos’ mas nada demais. Deny DeVitto está tão bem quanto ele fazendo o papel do fotógrafo paparazzi, o fato do filme passar na década de 50 faz desse personagem algo bem interessante, pelo tipo de máquina fotográfica que usa e pelo seu comportamento também.
O principal destaque fica para Pearce e Crowe, que proporcionam os melhores momentos da fita quando aparecem juntos em cena. Pearce até hoje não é conhecido, mas Russel Crowe começava aqui sua incrível jornada nos cinemas, antes já havia aparecido em ‘Rápida e Mortal’ e mais tarde voltaria a agradar em ‘O Informante’ até levar o Oscar em ‘Gladiador’ e estrelar de forma soberba ‘Uma mente Brilhante’. Ele faz aqui um policial revoltado que viu o pai matar a mãe, ele é durão, não tem medo de nada mas pode ser sensível e se apaixonar, é uma atuação única, não da para comparar com qualquer outro policial que já tenha aparecido no cinema, seja esse vivido por Steven Seagal, Bruce Willis ou Mel Gibison.
É um filme excelente principalmente por sua trama, uma história excelente que retrata de forma fiel a Los Angeles do meio do século passado, mas vale lembrar que é uma fita policial, e que não retrata o dia a dia da cidade em si, e sim da vida dentro do departamento.
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