"Devolta para o futuro III" é a conclusão da mais espetacular, mais encantadora, mais bela e primorosa trilogia que o cinema já viu em todos os tempos. Toda a magia, sutileza e sedução apresentadas pela mago Steven Spilperg termina da forma mais fantástica que se poderia imaginar e alimenta ainda mais os sentimentos que se mantiveram a todo vapor durante todo o tempo que se esperava para ver a próxima parte.
Mostrando a mesma inteligência que já se vira antes, os roteiristas Robert Zemeckis e Bob Gale nos levam desta vez ao mundo empoeirado do Faroeste, para variar um pouco o ambiente, e que também já era de conhecimento de todos que viram a segunda parte devido a esta informação ter sido revelada no final do segundo filme, em um dos melhores momentos de tramas mirabolantes, quando Martin recebe a carta que o Doutor lhe mandara 100 anos antes.
Chegando no faroeste, McFly irá logicamente entrar no Sallon, cena esperada já que no primeiro quando viajou para o passado entrou numa lanchonete e no segundo quando foi ao futuro entrou no café anos 80’s. Todos ficam exatamente no mesmo local, que em 1985 é uma academia de ginástica. Após encontrar o Doutor viverão as grandes aventuras que já era de se esperar também, e é claro terão o vilão da história pela frente, aqui um antepassado de Biff, o Bufford Tannen, que também é conhecido como Cachorro louco Tannen. Essa dica já havia sido dada na segunda parte quando Martin entra no prédio do poderoso Biff Tannen durante o 1985 caótico.
Aqui diferentemente das outras duas partes, principalmente da segunda, não teremos muitas tramas, ou seja, como tem apenas duas viagens no tempo, como no primeiro, não será difícil de entender. O mais complicado da história é algo que já começou na segunda parte e que se desvendará no final desta. Aqui o fato do Doutor se apaixonar por Clara Clayton é a maior possibilidade de se criar as situações que fazem o filme ter continuidade, com muitas cenas engraçadas e interessantes.
Não faltaram emoções e arrepios durante as cenas de tensão, que se tornaram comuns na parte final de cada um dos três filmes. É mesmo de se segurar na cadeira e sempre com a trilha sonora que sem duvida entrou na cabeça de quem realmente gosta desse filme. Outros momentos mais do que interessantes e inteligentes são as plages deste mesmo filme, como quando Martin chega no velho oeste e bate com a cabeça, aí encontra “a mãe” dele cuidando dele e sempre diz – “Eu tive um sonho” e tal, isso sempre acontece. Ou quando ele entra no bar e o Tannen sempre entra em seguida, e é claro a presença da igreja e seu famoso relógio, que aqui estava terminando de ser construído. O Doutor sempre fazendo maquetes de como será a viagem no tempo também é muito boa. E assim como no primeiro Martin se chama Calvin Klain, aqui no faroeste como não poderia de ser ele se chamará Clint Eastwood, reverência ao velho ator desse tipo de filme, Martin assim mudará até o nome da rabina Clayre para rabina Eastwood.
No final vem o melhor e mais esperado de todos os momentos, todas aquelas perguntas e dúvidas que estavam entaladas na garganta se revelam de tal forma que fica difícil não se emocionar em alguns momentos. Como por exemplo Jenifer ter ficado na varanda da casa dela durante o 1985 caótico, se os pais de Martin e os irmãs estão bobões como no inicio do primeiro ou inteligentes como no final do mesmo. Além é claro do papel que Jenifer pegou no futuro escrito “Está despedido” e colocou no bolso e o mais interessante de tudo, sobre o tal acidente mencionado na segunda parte que Martin sofrera e que o deixou sem poder tocar guitarra. E mais ainda, o retorno fantástico do doutor que ainda da uma lição para o futuro e faz uma deixa sensacional que depois virou desenho animado, aliás no desenho o próprio Doutor sempre aparecia no final para ensinar um truque, muito legal.
Michael J. Foz e Christopher Lloyd seguem afinadíssimos, mantiveram o nível dos outros dois filmes e suas atuações foram exemplares, encantando e sensibilizando a todo o momento. Eles se tornaram ícones e sem dúvida algo que qualquer um gostaria de ser, sempre corretos e amáveis, Martin ainda consegue corrigir o defeito de não aguentar provocações no final, mostrando que sempre há uma esperança de ser perfeito. E o Doutor e suas invenções mirabolantes nem se falam, uma máquina de fazer gelo, foi demais, e de manhã então, os ovos fritos, a torrada, sensacional.
Mary Steenburgen também tem uma participação mais do que importante, ela é peça fundamental e tem em seus melhor momento a cena do trem, em que mais uma vez é o usado o Boober Skate (Skate voador do futuro) é eletrizante. Outro que mais uma vez tem atuação fantástica é Thomas Wilson, fazendo o Bufford desta vez, e o Biff de 1985 no final, fantástico a forma com que consegue fazer diferentes tipos de personagens, assim como Fox que fez um antepassado dele. E é claro Lea Thompson que mais uma vez aparece também em outra personagem, aliás só faltou mesmo o Doutor Brow fazer outro personagem, mas aí acho que seria exagero.
Exagero nenhum é falar que este filme, essa trilogia, é a maior de todas, é sem dúvida o ponto mais alto que o cinema chegou em todos os tempos. É para ser visto dezenas e centenas de vezes, sempre que passar não da para não ver, sempre haverá algo novo para se notar, e algo para se entender que você ainda não havia esclarecido muito bem, é tão fantástico que não da vontade de parar de ver nunca mais, e ficará para todo o sempre na memória.
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