sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Na Teia da Aranha (2001)

Ao mesmo tempo em que os filmes de suspense conseguem surpreender a cada nova produção, os policiais insistem freneticamente em seguir sempre os mesmos parâmetros e abusar das reviravoltas surpreendente e já muito batidas em seu final, aposta-se de tudo para tentar um final inovador mas no fundo acaba saindo tudo sem muita originalidade, principalmente em filmes mais recentes como este 'Na Teia da Aranha', que traz de volta o personagem Alex Cross, de 'Beijos que Matam'.

Mesmo não se tratando de uma continuação direta foi indispensável que Morgan Freemam continuasse no papel do detetive, mas não suficiente para que este filme fosse melhor ou até mesmo tão bom quanto seu antecessor, a necessidade de se fazer algo diferente no seu desfecho, fato que inclusive adiou sua estréia nos EUA, além de uma trama fraca e pouco envolvente, excessivos clichês e personagens de apoio fracos fizeram com que as expectativas ficassem muito abaixo do esperado e comprovaram que para se continuar fazendo filmes desse gênero será preciso muito mais criatividade daqui para frente ou os clássicos como 'O Silêncio dos Inocentes' e 'Seven, os sete crimes capitais' jamais serão superados, principalmente pelo intenso clima de suspense que envolve ambos, algo que costuma ser trocado por um pouco mais de ação e cenas dispensáveis.

Em 'Na Teia da Aranha' nós não temos tanta ação assim mas também existe pouco suspense, quando o filme tanta ficar um pouco mais movimentado ele piora ainda mais como logo em seu inicio, quando acontece um acidente de carro extremamente mal filmado, uma cena artificial terrível que se não fosse pela seqüência seguinte, já na sala de aula, poderia fazer muitas pessoas desistirem de continuar vendo o restante, nesta cena que é preciso esquecer de tão ruim, Cross perde sua parceira a também o ânimo para seguir trabalhando, mas não por muito tempo. Gary Soneji (Michael Wincott), aparentemente um pacato professor de uma escola primária para filhos de diplomatas, seqüestra a filha do senador norte-americano, mesmo com tanta segurança na escola, num dos primeiros clichês o seqüestrador coloca Cross no caso enviando-lhe um sapato da menina, sentindo que tudo não passa de algo pessoal entre o bandido e ele, Alex entrará no caso e junto com a agente do serviço secreto Jezzie Flanningan (Mônica Potter), que trabalhava na escola, irá atrás do bandido que também quer ser famoso.

O filme demora a ganhar um ritmo mais interessante, e quando isso acontece parece mais querer enganar o telespectador a tornar-se mesmo interessante, os acontecimentos que não cabem ser comentados aqui parecem até um pouco intrigantes, mas a maneira como tais fatos são escondidos são muito cansativos e o filme da uma pequena enrolada até a grande revelação final, que mesmo sendo de fato surpreendente, não é algo que você nunca tenha visto em outros semelhantes por aí, mesmo assim é muito difícil de ser descoberta. Dentre os fatos interessantes do filme estão a já citada segunda cena, o que realmente segura você após a terrível primeira, na escola é possível ver que os alunos usam computadores em suas mesas de estudo, mas não dispensam o professor, os antigos bilhetinhos que sempre são passados de mão em mão nas selas de aula continuarão a existir, mas agora são mensagens enviadas por computador, criptografadas através de imagens, em uma delas aparece o mais famoso jogador da NBA, Michael Jordan.

Já uma outra cena que chama a atenção também é quando Cross tem que entregar o resgate que no caso, são pedras de diamante, para evitar que ele leve toda a polícia junta o seqüestrador arma um grande esquema onde ele tem de ir correndo pelas ruas e recebendo as informações pelos telefones públicos e celulares, o desfecho acontece dentro do metrô e ficou muito bom, essa seqüência talvez seja a melhor cena de todo o filme mas também não é toda ela inédita e lembra muitas cenas semelhantes do filme 'Duro de Matar 3' onde o personagem de Bruce Willis também corre desesperado por toda a cidade atendo telefones para evitar explosões. E, o último ponto favorável é o final do filme que é bem direto, sem enrolção, sem aqueles retornos péssimos do vilão, sem nada de ruim, muito bem resolvido.

Como Já mencionei antes, Morgan Freeman foi absolutamente indispensável para viver novamente o papel de Alex Cross, mesmo parecendo que este já seja um personagem batido em sua carreira, ele se sai muito bem, autêntico, sereno e muito calmo consegue marcar ótima presença em cena; Mônica Potter não tem tanto talento como tem beleza mas sua atuação não prejudica a fita; já Wincott, que tem uma cara natural de vilão foi prejudicado por seu personagem; a direção de Lee Tamahori é muito lenta até a metade e se torna confusa e obscura depois, para que o telespectador não descubra nada obviamente mas isso tornou o filme mais cansativo ainda; o roteiro de Marc Moss não é original e mesmo surpreendendo no final não traz grandes emoções, além de ser muito batido e repetitivo no inicio.

Mesmo não tendo gostado do filme como um todo, não posso dizer que este seja totalmente dispensável, é sim um filme que não ficará marcado e dificilmente o verei novamente, a trama simples que se torna embolada vale uma diversão e o filme pode ser visto sem o menor problema, mas vale ressaltar que 'Beijos que Matam' foi infinitamente superior a este, com uma trama muito mais elaborada, cenas mais interessantes além de momentos marcantes e impressionantes, muito mais ousado e interessante de se ver.

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