quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Eu Sou a Lenda (2007)

Quem sabe o que ocorreu após o final de "Exterminador do Futuro 3" ? ou ainda quem viu o final de "Resident Evil 2" ? .... a Terra ficou destruída ? houve uma extinção quase total dos seres-humanos ? como seria a continuação de um roteiro como este ? as respostas para todas essas instigantes perguntas estão no filme 'Eu Sou a Lenda'. Depois que a Dra. Alice Krippin diz que pode ter descoberto a cura do câncer, passam se três anos e o que se vê é uma cidade fantasma, Nova York tomada apenas por animais e praticamente deserta, cheia de matos nas ruas e com apenas um sobrevivente ao que mais tarde descobrimos ter sido o causador do extermínio, um vírus, surpreendetemente chamado "Krippin".

O tenente-coronel (e médico) Robert Neville (Will Smith) é imune a este vírus e foi designado para ficar em Nova York (chamado de ponto-zero) depois que a cidade foi evacuada e colocada em quarentena, para estudar e buscar uma cura, o tempo passou e tudo que ele conseguiu fazer foi sobreviver, junto com sua cadela Samantha, já que muitos humanos acabaram virando criaturas com características vampirescas que caçam os humanos à noite para se alimentarem de seu sangue. Assim o filme acaba ganhando uma semelhança inevitável com o filme 'Náufrago' de Tom Hanks, com a diferença de que neste o ator principal está numa ilha no meio do oceano e precisa sobreviver com a esperança de ser achado, já em 'Eu Sou a Lenda', Neville precisa lutar contra as criaturas e ainda buscar uma cura para elas, mas sem muitas esperanças, o engraçado é que ele está também em uma ilha (Manhatan) e tem como companheira uma cadela, ao contrário de 'Náufrago' em que Hanks tinha apenas uma bola para 'conversar'.

Mesmo assim o fato de Neville falar com cachorros não o afasta totalmente da possibilidade de ficar louco, muito pragmático ele tem todo um esquema pronto para não correr nenhum risco de vida, como armameto e supriento para vários dias, passa o tempo ouvindo música e vendo fitas na TV, na loja em que as obtém ele 'fala' com manequins aos quais deu até nomes, tudo para tentar manter a normalidade, todos os dias ele tenta se comunicar com possíveis sobreviventes marcando um encontro ao meio dia.

A direção de Francis Lawrence, que antes havia trabalhado apenas em 'Constantine', é segura e inteligente, as cenas dramáticas se alternam de maneira primordial com as cenas de ação que são fantásticas, o fato de apresentar a história aos poucos revelando as informações de maneira bem devegar e ao longo do tempo, são algo que deixaram o filme ainda melhor pois tudo vai sendo colocado de maneira sutil e surpreende aos poucos, o fato de não perder muito tempo com explicações apostanto na inteligência do telespectador também foi algo excepcional, Lawrence também acertou quando introduziu algumas explicações em imagens rápidas e no meio de alguns diálogos intensos, assim como em flashbacks do passado de Neville sempre muito dramáticos e emocionantes.

Wills Smith, muito acostumado com ficções, da mais um show e carrega o filme nas costas, o destaque na sua atuação está principalmente nas cenas difíceis e de muito drama, quando entra no galpão escuro ou quando toma uma atitude difícil no laboratório, onde a camera fica apenas no seu rosto que faz a expressão perfeita para denotar aquilo que as mãos estão fazendo naquele momento, mesmo assim ele não deixa seu passado cômico de lado e consegue ser sempre engraçado quando precisa, seja imitando o shrek ou cantando o trecho de uma música do Bob Marley. A atriz brasileira Alice Braga acabou ganhando um papel burocrático e serve apenas para dar sustentação ao terceiro ato do filme que caminhou para lado mais normal e buscando uma resolução básica, como 'Guerra dos Mundos' por exemplo. O filme foi adaptado do livro homônimo de Richard Matheson escrito em 1954, onde existe uma enfâse maior nas criaturas vampirescas que aqui acabram sendo feitas apenas no computador e perderam o realismo.

O final alterna muita dramaticidade mais uma vez e também a tendência de caminhar para o lado 'final feliz', ou seja, o que parecia ser o fim do mundo pode não ser de fato, apesar disso, e da idéia ser tão antiga, a de se convir que em um mundo onde poucos se preocupam com aquecimento global, onde líderes de governo se atacam e se ofendem através da TV, onde outros líderes só pensam em Guerras e em 'dominar o planeta', onde no dia a dia poucos se respeitam e a maioria só pensa em si próprio, provam que não é díficil que uma coisa como essas possa acontecer, só resta saber se haverá um "Neville" vagando por aí.

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