terça-feira, 10 de novembro de 2020

Os 7 de Chicago (2020)

Nos últimos anos, e todo mundo já percebeu isso, a Netflix tem investido muito mais em produzir seus próprios filmes do que licenciar as produções já existentes. Não sei o que sai mais caro, mas o motivo talvez não seja financeiro e sim de concorrência. Eles acreditam que ter produções exclusivas vai atrair mais assinantes, pois é o único lugar para ver determinado filme. Dentro dessa estratégia eles precisam de prêmios para chamar a atenção, como o Oscar principalmente. Só que é muito difícil fazer só filme bom que pode ganhar prêmio, aí então acaba saindo um monte de porcaria que não da para assistir. Mas tem os filmes que realmente são bons, como "Os 7 de Chicago" (2020), e na minha opinião isso acontece por causa das parcerias de estúdio de produção, aqui no caso Paramount e Dream Works Pictures, além é claro dos roteiristas, diretores e atores.

A história do filme fala sobre um julgamento de um grupo de manifestantes que foram detidos na época da Convenção Nacional do Partido Democrata de 1968. Na ocasião, entre diversos motivos, eles protestavam contra a Guerra do Vietnã. A polícia foi enviada para Chicago para conter os menifestantes e evitar que eles chegassem no local da Convenção. Alguns governantes tentaram puní-los para usá-los como exemplo e tal, sem provas e manipulando o julgamento principalmente através do juiz do caso. É basicamente um filme sobre um julgamento em um tribunal, mas a forma como foi feito é exímia e, mesmo sendo um filme baseado em diálogos, ele é frenético e está muito longe de ser chato, demorado ou qualquer coisa que se possa pensar quando se fala sobre um filme de tribunal.

Assistindo ao trailer e levando em consideração que Aaron Sorkin, que também foi o diretor e também fez o roteiro de "A Rede Social" (2010), eu confesso que esperava mais idas e vindas do tempo, principalmente depois que o filme começou com os manifestantes antes da manifestação e depois já pulou para o início do julgamento. Mas não foi isso que aconteceu, demorou quase uma hora para começar a mostrar as cenas do dias das manifestações. Isso, no entanto, não quer dizer que o filme seja enrolado até lá, muito pelo contrário, é um filme que conseguiu através de diálogos rápidos e intensos preencher esse tempo de forma bem intensa, conseguindo alívio saindo um pouco do tribunal e mostrando um pouco dos bastidores e dia a dia de alguns personagens que não estavam sob custódia.

Quando as cenas de flashback começam a ser introduzidas, as coisas melhoram ainda mais, mas eu confesso que esperava até um pouco mais baseado no que foi passado no trailer.

Eddie Redmayne e Joseph Gordon-Levitt, talvez os dois atores mais conhecidos do elenco, tiveram uma boa atuação, mas parece que faltou um pouco mais. Redmayne foi relativamente prejudicado pelo destino do seu personagem, mas o diretor ainda salvou ele no final mudando um pouco a história da forma como ela ocorreu de verdade. Já Gordon-Levitt também fica limitado pelo destino do seu personagem, e é salvo também no final depois da mesma mudança citada acima. Já Sacha Baron Cohen está excelente, pois teve a sorte de poder trazer um pouco de comédia para um personagem de drama, onde ele conseguiu também ter uma excelente performance na parte dramática. Se o filme tiver indicações ao Oscar eu arrisco dizer que ele pode estar indicado como melhor ator coadjuvante.

Grande filme. Muito bem feito sobre um história interessante. Acho que vale muito a pena ver.

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