O sucesso de filmes estrangeiros já vem de longa data, haja visto também porque tem uma categoria exclusiva para eles no Oscar. Se não bastasse na última edição do Oscar um filme estrangeiro ganhou o prêmio principal de melhor filme, e não apenas de melhor filme estrangeiro. Mas eu sempre achei que o acesso a esse tipo de filme era bem difícil, eles raramente ou nunca chegam na TV Aberta ou até mesmo fechada nos canais mais acessíveis pelo menos. Tudo isso mudou com a Netflix. Aliás a Netflix mudou muita coisa na forma como vemos filmes e séries atualmente, mas essa foi também uma das grandes mudanças. Isso acontece principalmente pelo investimento que o serviço de Streaming faz em e produções próprias para se manter forte em meio à chegada dos novos concorrentes.
E entre essas produções estrangeiras está uma italiana muito interessante chamada de "18 presentes". Neste longa temos a história de Anna (Benedetta Porcaroli), que nasceu nomes dia que sua mãe Elisa (Vittoria Puccini) morreu vítima de câncer. Ela irá ganhar a cada ano um presente de aniversário deixado por sua mãe, até completar 18 anos de idade. Daí obviamente o nome do filme. Um dos detalhes principais, que é falado no decorrer do filme, mas que não percebemos muito ou paramos para pensar, é que o dia do aniversário dela é justamente o dia que a mãe morreu. Isso à leva, a um determinado momento, a começar a não gostar de receber os presentes, especialmente no dia que ganha um piano a contra gosto.
Neste momento o filme começa a ficar interessante. O tempo, no entanto, da mais um salto e vai para o dia que Ana completa 18 anos. Aqui parece que a história nos decepciona se estiver pensando que irá ver cada um dos presentes e achar que cada um tem um significado especial. Nós nem descobrimos metade dos presentes e, mais tarde, vamos descobrir o quão absurda pode ser uma ideia dessas de deixar presentes para alguém que não se conhece ou que não se faz ideia de como será sua personalidade. A mãe tinha boas intenções, imaginou como a filha poderia ser ou como ela queria que a filha fosse. A pergunta que fica é se ela teria sido outra pessoa caso tivesse sido criada pela mãe junto com o pai e não apenas pelo pai.
Ana é então atropelada por um carro e, quando vemos quem está dirigindo, tudo muda. É a mãe dela e a época é quando estava grávida, algumas semanas antes de dar à luz. Quem assiste irá começar a pensar sobre o que está acontecendo de fato e, nesse momento, o filme da a sua cartada revelando uma surpresa extremamente convincente e até surpreendente. O filme irá se desenvolver praticamente todo ele nessa nova relação entre a mãe e a filha que nunca havia acontecido e isso será primordial para o final da trama, onde naturalmente está incluindo o presente número 18, que é o mais importante de todos eles.
É uma grande oportunidade de poder ver um filme estrangeiro de qualidade e também conhecer novas atrizes que trabalham muito bem. Benedetta Porcaroli por sua vez me lembrou muito a Kristen Stewart em termos de aparência física em alguns filmes. Já Vittoria Puccini, mesmo que mais loira que morena, me lembrou um pouco a Rachel Weisz em alguns momentos. Ambas trabalharam muito bem.
Eu recomendo sem dúvidas este filme para quem tem acesso à Netflix. A história é interessante, a reviravolta no enredo é muito boa e o desfecho final é perfeito. E outro detalhe que deixa tudo melhor é que a história é baseada em fatos reais.
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