segunda-feira, 24 de junho de 2019

A Garota no Trem (2016)

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As primeiras vezes que eu ouvi falar nesse filme "A Garota no Trem" foram nas premiações como o People's Choice e o Screen Actors Guild Awards. O nome em si foi talvez o que mais me chamou a atenção, bem como a atriz principal da qual falarei um pouco mais especificamente depois. Me instigava profundamente saber um pouco mais sobre essa tal garota do trem, o que se passa com ela, o que ela pensa, sei lá. Certo dia, em uma insônia na madrugada, me deparei com esse filme começando em algum canal como o HBO ou Tele Cine, que estava com o sinal aberto. Infelizmente seria tempo de mais acordado e o sono não me permitiu ver mais que meia hora naquela ocasião. Em meados de 2019 o filme então chegou na NetFlix, e assim finalmente tive a chance de ver e descobrir que não era bem como eu pensava.

O filme começa bem confuso e exige do telespectador um pouco de paciência. Rapidamente ele faz três divisões de histórias, que se passam brevemente, colocando como nome dos trechos os nomes de três personagens: Rachel, Anna e Megan. As duas últimas são loiras e são atrizes não muito conhecidas, se entrelaçam nas histórias e é preciso muito cuidado para não confundi-las, porém você vai entender como é importante que elas sejam parecidas. A história envolve também filhos ou filhas, todos nenês de colo. Aos poucos outros elementos vão sendo adicionados e, conforme a história vai e volta no tempo, sendo que o tempo passado e contado de forma regressiva, ou seja, indo em direção ao tempo presente, você vai aos poucos entendo o que se passa.

Confesso que para minha decepção, que não foi tão grande e frustrante, mas um pouco decepcionante, foi perceber que o filme trata de um assuntos comuns que são traição, vingança, crime e investigação policial. Por muitos anos era um tipo de filme prato cheio para a sessão Supercine da Rede Globo nas noites de sábado. Eu esperava um pouco mais de mistério e um pouco mais de drama pessoal na personagem principal, talvez no sentido mais melancólico do que uma "simples" dependência alcoólica. Coloquei o simples entre aspas porque sei que não é uma coisa simples, mas no sentido do filme acabou sendo, pois eu esperava uma perturbação mental maior e com mais enfase na tal da "garota do trem". Depois vem uma reviravolta importante no enredo, mas nesse momento a história já estava muito comum e banal.

A atriz Emily Blunt apareceu como coadjuvante em 2006 no filme "O Diabo Veste Prada". Depois disso ela começou a ter uma ascensão incrível, talvez hoje em dia fazendo até mais sucesso que a Anne Hathaway que era a atriz principal naquela ocasião. Mesmo assim ela ainda não conseguiu a sua indicação ao Oscar e este filme foi uma das grandes oportunidades que teve ao longo da carreira. A personagem era perfeita e ideal, bem caracterizada, decadente com o vício e transparecendo a dor e tristeza que sentia, mas acho que a história do filme não contribuiu e por isso ela não conseguiu fazer mais sucesso. Rebecca Ferguson e Haley Bennett pouco foram vistas depois e provaram que estavam lá só porque eram duas loiras relativamente parecidas.

O filme teve uma boa seleção do elenco masculino trazendo Luke Evans, por exemplo, mas é o elenco feminino que chama mais a atenção. Temos Allison Janney fazendo a oficial de polícia, a atriz vem ganhando cada vez mais espaço depois de sua excelente atuação no seriado "Mom". Além dela ainda temos duas pequenas participações de Lisa Kudrow, que era a Phoebe do seriado "Friends", e por fim Laura Prepon, que ficou famosa no seriado "That 70´s Show" e também estrela o seriado "Orange is the New Black" da Netflix.

Não é um filme para ser descartado facilmente, mas também não é um filme absurdamente incrível e imperdível. É um suspense mediano com uma trama de mistério simples e batida, porém com seu grau de surpreendimento relativamente aguçado que não fica preso no óbvio, mas que também é massante devido às diversas cenas que servem apenas para "enganar" o espectador. Era talvez uma grande oportunidade de fazer um filme mais profundo no âmbito pessoal dos personagens, mas que preferiu deixar isso de forma superficial e apostar mais no clichê padrão do crime, da vingança, do mistério policial, do herói contra o bandido enfim, tudo que já estamos acostumados a ver.

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